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Uagadugu (Agência Fides) – 16 dias depois da queda do poder do ex-Presidente Blaise Compaoré, que durou 27 anos, e da posse de uma junta militar, um civil foi designado Presidente interino de Burquina-Fasso. É o diplomata Michel Kafando, escolhido pelo colégio de designação, organismo formado por representantes políticos, militares, da sociedade civil e de várias crenças religiosas do país, encarregado de escolher o Chefe de Estado que deve guiar o país até as eleições gerais de novembro de 2015.
Foi o representante da Igreja católica no colégio de designação, Ignace Sandwidi, a anunciar a nomeação de Kafando, escolhido entre cinco candidatos, dentre os quais o Arcebispo de Bobo-Dioulasso, Dom Mons. Paul Yembuado Ouédraogo. O arcebispo, também Presidente da Conferência Episcopal, havia lembrado que, segundo o Direito canônico, eclesiásticos não podem desempenhar cargos públicos, a não ser em casos excepcionais (veja Fides 11/11/2014).
A junta militar, guiada pelo Tenente Coronel Isaac Zida, manteve a promessa de restituir o quanto antes o poder aos civis. A nomeação de Kafando foi precedida pela aprovação da Carta de transição (veja Fides 12/11/2014), uma base para o retorno ao poder dos civis. Poucas horas antes da aprovação da Carta, o Tenente Coronel Zida visitou o Cardeal Philippe Nakellentuba Ouédraogo, Arcebispo de Uagadugu. Durante o encontro, o Cardeal agradeceu o oficial pelo “diálogo inclusivo” lançado por ele, que permitiu chegar ao resultado destas horas. O Cardeal havia também lançado um apelo à comunidade internacional para que não impusesse sanções contra o país, que poderiam afetar principalmente os mais frágeis. A União Africana havia ameaçado a imposição de sanções se a junta não restituísse o poder aos civis. Com a nomeação de Kafando, a ameaça parece estar superada. (L.M.) (Agência Fides 17/11/2014)
