Yangun (Agência Fides) – Os jesuítas em Mianmar pretendem ser “companheiros dos povos nativos”: afirmaram os religiosos num encontro recente dedicado à Pastoral das comunidades indígenas, realizado na Diocese de Phekon.
No país existem 135 comunidades étnicas, que compõem um terço da população nacional, cerca de 56 milhões de pessoas. Os grupos minoritários, presentes em Mianmar, são os Shan (9%) e os Karen (7%), enquanto que os outros, juntos, formam cerca de 5% da população.
Conforme relatado à Agência Fides numa nota da Conferência Jesuíta da Ásia-Pacífico, os jesuítas residentes na antiga Birmânia enfrentaram os desafios de seu contexto, falando sobre a situação das minorias étnicas e religiosas nos países da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e partindo de referências teológicas contidas nos documentos da Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC). Visto que os jesuítas em Mianmar têm relações pastorais com várias comunidades indígenas, a ideia básica do encontro foi a de melhorar o serviço pastoral e de evangelização.
No final da reunião, os religiosos reconheceram que “apesar do fenômeno generalizado de urbanização, a vida das comunidades nativas ainda é a melhor maneira de viver, porque está em harmonia com a natureza, com o ciclo da vida, com a criação e com os outros seres humanos”. Os participantes também recordaram a preciosidade da "sabedoria tradicional" principalmente em benefício das gerações futuras. O serviço pastoral aos nativos, em seguida, irá valorizar este patrimônio das culturas locais e tradicionais, dando o testemunho e anúncio do Evangelho de Cristo.
A Companhia de Jesus está se arraigando em Mianmar: o primeiro sacerdote jesuíta local foi ordenado em 2013 e outros dois foram ordenados em 2014. Outros religiosos estão concluindo seus estudos na Indonésia e nas Filipinas. Também em Mianmar existem atualmente missionários jesuítas provenientes da Austrália, Coreia, Índia, Indonésia e Malásia. (PA) (Agência Fides 30/10/2014)