Juba (Agência Fides) – São mais de 315 os casos de cólera registrados no Sudão do Sul, desde que o Ministério da Saúde confirmou a epidemia na capital, Juba, em 15 de maio de 2014. Em outras localidades do país, houve casos suspeitos à espera de confirmação. Depois de cinco meses de intenso conflito, por causa das dramáticas condições de muitos campos de deslocados e de uma estação de chuvas com precipitações sempre mais intensas, os agentes da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) se declaram preocupados com o impacto que a doença terá, e responderam imediatamente apoiando com doações de remédios e materiais médicos as estruturas de saúde do Ministério local.
Uma das áreas mais atingidas pela epidemia é o distrito de Gudele. Num comunicado divulgado pela ong, enviado à Agência Fides, se lê que a equipe de emergência de MSF montou um centro para o tratamento da cólera, identificou localidades onde poder instalar outros eventuais centros no futuro, organizou distribuições de água potável, conduziu campanhas de sensibilização e organizou campanhas de vacinação contra a doença nos campos de deslocados. Atualmente, o único centro para o tratamento da cólera é o Juba Teaching Hospital. Nos campos de deslocados de Juba, as equipes de emergência já identificaram possíveis locais para novos centros caso a epidemia se difunda também ali, e estão levando avante atividades de promoção da saúde. No campo de deslocados de Malakal, no Upper Nile State, instalaram por precaução um centro para o tratamento da cólera depois de vacinar cerca de 17 mil pessoas em abril e maio deste ano. No mesmo estado, MSF enviou uma equipe de emergência a Kaka, a 40km de Melut, para avaliar as condições de uma clínica local e doar equipamentos e abastecimento.
A organização está preparando um plano de emergência no caso de uma epidemia de cólera no campo de deslocados de Melut. No de Bentiu, Unity State, apoiamos uma campanha de vacinação contra a cólera e estamos preparando recursos adicionais para responder à epidemia. No Lakes State, em Minkamman, foi feita uma campanha de vacinação suplementar dentro do campo. Nos primeiros cinco meses da crise no Sudão do Sul, as equipes de MSF forneceram mais de 270 mil consultas ambulatoriais, das quais mais de 110 mil a crianças menores de 5 anos; garantiram também 11 mil internações, 6.500 das quais envolveram crianças abaixo de 5 anos. Além disso, eles realizaram mais de 2 mil cirurgias, curaram mais de 2.300 pessoas por ferimentos de guerra e assistiram quase 6.400 partos. As equipes médicas de MSF agora trabalham em 22 projetos, em 9 dos 10 estados do sul do Sudão, fornecendo assistência médica de base, apoio nutricional, cirurgia, vacinação e apoio relacionado com a água e saneamento. (AP) (24/5/2014 Agência Fides)