Cairo (Agência Fides) – Numa coletiva de imprensa realizada no domingo, 30 de março, no Cairo, alguns representantes do mundo político e acadêmico recusaram as falsas acusações de infidelidade à nação egípcia e de conluio com entidade estrangeira feitas recentemente contra os monges de Santa Catarina, localizado no Sinai, conhecido e apreciado como um dos antigos mosteiros cristãos do mundo.
O artífice principal dos ataques contra o Mosteiro é o general aposentado Ahmed Ragai Attiya que acusou os monges de terem modificado a toponímia da área, de terem escondido as 12 correntes de Moisés (que segundo a tradição mataram a sede do povo judeu durante o êxodo rumo à Terra Prometida), de terem tomado possesso de 20 % da terra do sul do Sinai, içado no Mosteiro em algumas festas especiais a bandeira grega e transformado o mosteiro numa área ocupada pela Grécia e pela União Europeia. Próximo ao precedente seminário organizado no Cairo pelo general Attiya, foi distribuída também uma publicação que desejava a criação de uma "Frente de defesa do sul do Sinai" e descrevia os monges gregos como ocupantes. Tomando como referência esses ataques, alguns órgãos da imprensa próximos aos salafitas acusaram o Mosteiro de conivência com os serviços secretos israelenses e de ser uma ameaça contra a segurança nacional. Participaram da conferência o monge de Santa Catarina Gregorios al-Sinawi, o jurista, e ex-parlamentar Ehab Ramzy, o consultor Rifat al Said e os representantes de algumas tribos locais envolvidas na segurança do Mosteiro. Todas as intervenções rejeitaram as acusações também em base a documentos que definem o status da comunidade monástica e suas relações com a nação egípcia. Alguns relatores, em suas intervenções, ofuscaram a tentativa de fomentar através de mentiras a hostilidade popular contra o Mosteiro, numa área onde se concentram grupos islâmicos armados.
A área de propriedade do mosteiro inclui outros 71 jardins e sítios monásticos de menor entidade. (GV) (Agência Fides 31/3/2014).