Nova Délhi (Agência Fides) – Entregar à Justiça os assassinos de Anugrag Gemethi, menino cristão de sete anos, chamado também Anmol, torturado e morto num vilarejo de Rajasthan (Índia norte-ocidental): é o que pede uma vasta campanha de mobilização lançada por várias organizações cristãs na Índia, de diversas confissões. Segundo os familiares, a criança foi morta por extremistas hinduístas, para mandar uma mensagem transversal à sua família e à comunidade cristã. Numa nota enviada a Fides por “Catholic Secular Forum”, uma das associações promotoras, se afirma: “É realmente chocante que uma criança de sete anos não tenha sido poupada pelos fundamentalistas do hindutva. O que é pior é que a polícia não é capaz de identificar os assassinos e entregá-los à Justiça”. A campanha, intitulada “Justiça para o mártir Anmol”, pretende sensibilizar os líderes da Igreja e as instituições políticas e judiciárias, nos mais altos escalões. Pede-se uma punição severa para os assassinos, em nome da legalidade; o fim da “perseguição dos cristãos indianos”; e um ressarcimento para a família do menino.
Anugrag Gemethi foi torturado e morto no vilarejo de Gamidi, que se encontra no distrito de Dungerpur, no Estado de Rajasthan. O corpo da criança foi encontrado num pequeno lago em 18 de novembro passado, depois de um dia de intensas buscas. O seu rosto estava mutilado, sem olhos, nariz e orelhas, e irreconhecível. Havia sinais de queimaduras no abdome, os dedos dos pés estavam cortados e cortes profundos numa mão e num braço. Segundo o relatório da autopsia, a causa da morte foi afogamento e outras feridas provocadas por “mordidas de animais”. Cinco testemunhas no hospital dizem, ao invés, que no corpo eram evidentes os sinais de tortura, ignorados pelo médico.
O pai do jovem, Harish Gemethi, explicou à polícia que “há anos, extremistas hindus locais ameaçam me matar e inúmeras vezes prejudicaram minha família”. O homem revelou os nomes dos agressores, pedindo aos investigadores que investigassem sobre eles, mas até agora, as sugestões foram ignoradas. Existe na aldeia uma comunidade cristã de 45 fiéis, nascida em 2003. Em setembro passado, um grupo de extremistas hindus impediu um encontro de oração dos fiéis e os presentes foram ameaçados de morte.
O Pastore protestante P.S. Jose, secretário diocesano da “Igreja dos fiéis” em Rajasthan, em carta às instituições, denuncia “o grave atraso da polícia no inquérito”, falando de “grave brutalidade contra os cristãos” e pedindo “justiça para uma família em luto”. (PA) (Agência Fides 4/12/2013)