ÁFRICA/SUDÃO - “Convertido, procura-se”: o país se islamiza

Sexta, 26 Julho 2013

Cartum (Agência Fides) – Converter-se do Islã ao cristianismo tornou-se muito mais perigoso no Sudão depois da separação do Sudão do Sul, ocorrida em julho de 2011, dizem à Fides fiéis de comunidades locais. O presidente sudanês Omar al-Bashir declarou várias vezes sua intenção de reforçar a ‘xariá’, transformando o país em 100% islâmico. Em sintonia com a lei islâmica, a apostasia (abandonar o Islã por outra religião) é punível com a pena de morte no Sudão, mesmo que nos últimos 20 anos ninguém tenha sido punido por este crime. Cerca de 170 pessoas foram encarceradas ou incriminadas por apostasia entre 2011 e 2012.
Segundo informam algumas ONGs engajadas no território, um cristão dos Montes Nuba, que fugiu do Sudão, revelou que as autoridades estão procurando os convertidos. Ele mesmo foi preso em Cartum, em 23 de fevereiro, e longamente interrogado pelos funcionários do National Intelligence Security Service. Teve computador, iPad, celular, passaporte e outros documentos retirados. Os agentes o acusaram de ser espião dos rebeldes escondidos nos Montes Nuba, contra quem o Sudão está conduzindo uma campanha militar há dois anos. Foi-lhe pedido que revelasse os nomes de outros muçulmanos que mudaram de religião, convertendo-se ao cristianismo.
Segundo nota enviada à Fides pelo grupo “Barnaba Team”, engajado na defesa dos cristãos e pela liberdade religiosa no mundo, a “perseguição dos cristãos no Sudão, que é hoje 98% muçulmano, aumentou bruscamente após a secessão do Sudão do Sul. Igrejas são demolidas, instituições cristãs e escolas fechadas, cristãos presos, trabalhadores cristãos estrangeiros expulsos e publicações cristãs sequestradas”. Em abril passado, o governo anunciou que não vai conceder novas licenças de construção de edifícios eclesiásticos. Em fins de junho, a polícia entrou nos escritórios da Igreja Evangélica Presbiteriana no Sudão para controles administrativos, com o objetivo de interditar a propriedade. (PA) (Agência Fides 26/7/2013)


Compartilhar: