Túnis (Agência Fides) - "A Igreja é solidária com todo o povo tunisiano que sofre pelo atentado contra sua liberdade, seu direito ao pluralismo e sua dignidade", disse à Agência Fides Pe. Jawad Alamat, Diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias da Tunísia, ao condenar o assassinato de assassinato de Chokri Belaid, líder da oposição assassinado em 6 de fevereiro numa emboscada (veja Fides 6/2/2013).
"Apresentamos as nossas condolências à sua família, seu partido e, sobretudo, ao povo tunisiano", disse Pe. Jawad definindo Belaid "uma voz livre que sempre lutou contra a violência política".
O sacerdote descreve a reação popular contra a morte do expoente político: "o atentado foi vivido como uma agressão contra todo o povo e não somente contra uma pessoa. É o que eu ouço as pessoas comuns repetirem e os comentários divulgados na mídia".
Pe. Jawad, diante das manifestações em andamento na Tunísia, afirma: "Estamos diante de um ponto de virada talvez ainda mais importante do que o de 14 de janeiro de 2011 (quando foi expulso de Bem Ali.) No Avenue Bourghiba estão presentes vários partidos, mas, sobretudo, o povo que se reuniu espontaneamente para manifestar contra essa ação ignóbil. A esposa de Belaid foi esmagada pela dor, mas não se trancou em casa e foi uma das primeiras pessoas a manifestar".
"A Avenida Bourguiba é um lugar simbólico, mas toda Tunísia foi para as ruas protestar, de norte a sul. Isso significa que a consciência popular está cansada da violência política", ressalta Pe. Jawad.
"O governo deixou agir por muito tempo os violentos em nome de um mal-entendido respeito pela liberdade de expressão. Isso não pode mais ser aceito", afirma o sacerdote, recordando os atos violentos que precederam o assassinato de ontem, 6 de fevereiro.
"Esperamos que o sangue derramado sirva para construir uma Tunísia moderna, pluralista, democrática e pacífica", concluiu Pe. Jawad. (L.M.) (Agência Fides 7/2/2013)