Lilongwe (Agência Fides) - "Em muitas partes do Maláui, o distrito de Balaka está entre os mais afetados, muitas pessoas passam fome", escreve à Agência Fides Pe. Piergiorgio Gamba, missionário monfortano que há mais de 30 anos trabalha no Maláui. Uma nova grave crise alimentar, explica Pe. Gamba, causada pelas chuvas irregulares da temporada anterior pelo fracasso em resolver a crise econômica que além da desvalorização da moeda, provocou uma significativa perda de empregos e aumento de preços dos alimentos.
Os mais pobres são obrigados a comer o peixe Bonya. "É o menor peixe do lago Maláui, que coletado em grandes quantidades é usado para preparar alimentos para as galinhas. Agora é a comida nacional e o símbolo desses meses de fome. Quem uma vez comprava o Chambo, o peixe mais valioso do Lago Maláui, agora tem que se contentar com o mais barato", disse Pe. Gamba.
O missionário também relata que "reapareceram as filas para o combustível que agora 1,4 € por litro. Ninguém confia no Kwacha, moeda do Maláui deixada a flutuar pelas leis do mercado, mas que não é capaz de levantar a economia nacional".
O Maláui também está no centro de uma disputa com a Tanzânia para a demarcação da fronteira do Lago Maláui. A Tanzânia, com vista para as suas costas, afirma que a fronteira internacional se encontra no meio do lago. O Maláui argumenta ter o direito de toda a superfície do lago que se encontra no território de Moçambique (outro Estado que compartilha com Lilongwe o controle do lago) até a área adjacente ao lado da Tanzânia.
A Presidente do Maláui Joyce Banda, que sucedeu em 5 de abril ao falecido Presidente Bingu wa Mutharika, depois de uma fase inicial de abertura ao diálogo com a Tanzânia agora assumiu uma posição intransigente. "A disputa se arrasta há meses e ameaça a estabilidade da região, parece não haver espaço para o diálogo. A mensagem da Presidente é que no lago não se toca: Uma prova de força que Joyce Banda não pode perder em vista das eleições de 2014, e também porque no fundo do lago existe uma grade reserva de petróleo: mais uma razão para não se render", concluiu Pe. Gamba. (L.M.) (Agência Fides 3/12/2012)