Abuja (Agência Fides) - A maior parte dos estudantes de Alcorão no Chade que estavam na Nigéria por motivo de estudo, e em março passado foram obrigados a fugir para voltar a seu país por causa da violência no norte da Nigéria, estão agora reunidos com seus pais. Cerca de 575 dos 1.000 jovens que fugiram da Nigéria eram crianças, 80% delas sozinhas, viajando com seu marabuto - santo muçulmano - ou professor do Alcorão. Durante meses permaneceram nos povoados de N'Gouboua na região de Lac, no Chade, onde as famílias locais, as autoridades locais e as agências humanitárias forneceram a elas alimento, abrigo e material escolar. Desde março o UNICEF, a Cruz Vermelha do Chade e o Ministério de Assuntos Sociais, reuniram 340 crianças com suas famílias em 48 aldeias. Segundo um relatório, da organização Human Rights Watch, milhares de famílias do Oeste da África enviam seus filhos para aprender o Alcorão fora de seu próprio país, sob a orientação de um professor religioso ou um imame. Alguns não encontram dificuldades, mas os menores que viajam sozinhas, muitas vezes passam a maior parte do dia pedindo esmolas em vez de ir a escola, têm uma precária assistência de saúde e às vezes nenhuma, comida inadequada e sofrem abusos. Aos estudantes do Alcorão é impedido uma educação formal, com qualificações reconhecidas e, agora acrescenta-se o risco de que na sua formação se insinuem ideologias inspiradas na seita Boko Haram. As agências e o Ministério mantêm sob controle todo progresso feito pelas crianças quando são reunidas com suas famílias. É um processo muito difícil porque muitas crianças inicialmente se afastaram porque suas famílias não têm condições de mantê-las. (AP) (18/10/2012 Agência Fides)