Cartum (Agência Fides) - "Em Cartum, a população segue na imprensa a guerra de palavras entre o governo do Sudão e o do Sudão do Sul. No momento, portanto, a situação é clama, mas não se sabe se às palavras depois seguirão os fatos”, afirmam à Agência Fides fontes da Igreja da capital do Sudão, que por prudência pedem o anonimato.
O Sudão do Sul e o Sudão, de fato, anunciaram o posicionamento das respectivas tropas ao longo da fronteira. A tensão entre os dois Estados aumentou depois que o Sul decidiu bloquear as suas exportações de petróleo através do território do Sudão, como retaliação pelo confisco por parte das autoridades de Cartum de uma carga de barril sul-sudanês, considerada uma forma de ressarcimento de taxas alfandegárias não pagas (veja Fides 16/1/2012).
Além disso, o Sudão do Sul está tentando vias alternativas para exportar o próprio petróleo, para evitar o território sudanês. Uma sociedade texana foi encarregada de elaborar um projeto de um oleoduto que desemboque em Djibuti, enquanto permanece plausível a possibilidade de construir outro oleoduto que passe por Lamu no Quênia, na fronteira com a Somália. E justamente para proteger esta futura infraestrutura, o exército queniano, segundo alguns observadores, invadiu o sul da Somália, na esperança de criar condições de estabilidade na fronteira entre os dois países. A questão do petróleo parece ser, portanto, um elemento comum a essas duas importantes áreas de crise africanas, para além de outros fatores, que não devem ser desprezados. (L.M.) (Agência Fides 9/2/2012)