Bujumbura (Agência Fides) – A guerra civil em Burundi explodiu em 1993. O conflito envolve, de uma parte, o exército do governo controlado pela minoria Tutsi, e de outra, diversos grupos de guerrilha Hutu, a etnia majoritária do país. Na base do conflito, de fato, está a exigência de uma maior representatividade dos Hutus nas instituições estatais do país.
Para colocar fim aos conflito que até agora provocou mais de 300 mil mortes, ocorreram no ano de 200, em Arusha (Tanzânia), tentativas de acordo sob a custódia da comunidade internacional, com a mediação do ex-presidente da África do Sul Nélson Mandela. As tratativas terminaram com a assinatura dos chamados “Acordos de Arusha”, em agosto de 2.000, que prevêem a constituição de um governo de unidade nacional com um presidente Tutsi e um Vice-presidente Hutu para os primeiros 18 meses, seguido por um outro poder executivo de unidade nacional com um Presidente Hutu e um Vice-presidente Tutsi nos 18 meses sucessivos. Ao final deste período de transição, ocorreriam eleições pluripartidárias.
Das conversações de paz participaram 10 partidos Tutsi, unificados na sigla G10, e 7 partidos Hutus , unificados na sigla G7. Entre os partidos Tutsi, o mais importante é o ex partido único UPRONA (União para o Progresso Nacional), enquanto que entre os partidos Hutus, reunidos no G8, o mais importante é o FRODEBU. Distintos destes, são os grupos de guerrilha CNDD – FDD (Conselho Nacional para a Defesa da democracia – Força pela defesa da democracia) e FNL (Forças Nacionais de Libertação), que ainda não assinaram os Acordos de Arusha. somente a Frente de Defesa da democracia (FDD) assinou em abril deste ano um cessar de fogo, que não foi porém respeitado. O FDD sustenta que combate apenas para defender-se dos ataques do exército, enquanto as forças de governo acusam o grupo de guerrilha de não respeitarem o acordo de trégua. O grupo de guerrilha, além disso, dividiu-se em diversas facções, uma das quais o Rwasa-FNL, é responsável pelos atuais ataques contra a capital Bujumbura. A situação permanece portanto muito tensa, com operações militares que tocam 16 sobre 17 províncias.
No plano político, a passagem de poder entre o ex-presidente tutsi Pierre Buyoya e o novo Presidente, o hutu Domitien Ndayizeye ocorreu regularmente com 1º de maio deste ano. as eleições estão previstas para 2004.
Para assistir o processo de paz, a União Africana enviou uma força de paz de 3.500 homens. desde novembro de 2001, 700 homens da força de paz africana estão em Burundi para fornecer proteção aos homens políticos que voltaram do exílio, enquanto que no fim de abril, chegaram outros 150 soldados da África do Sul. A tarefa principal desta força é vigiar o cessar-fogo entre o exército e a guerrilha. Não tem porém o mandato de intervir para por fim á combates entre o exército e a guerrilha.
(L.M) (Agência Fides 16/07/2003 – linhas: 38; palavras: 484)