Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Lilongwe (Agência Fides)- Estão suspensas as manifestações previstas para hoje, 17 de agosto, no Malavi. Foi o que anunciaram os organizadores, que afirmam que “as manifestações foram adiadas e não anuladas, para permitir o pronunciamento da Alta Corte e o prosseguimento do diálogo”.
Os aliados do Presidente Bingu wa Mutharika haviam pedido à Alta Corte que se pronunciasse sobre a legitimidade das manifestações. No dia 20 de julho, a Jornada nacional de protesto degenerou em graves incidentes, que provocaram 19 mortes e o saque de diversas propriedades (veja Fides 20 e 22 de julho de 2011).
“Os organizadores das manifestações estão sendo demonizados pelo governo através também de uma campanha de imprensa realizada pelo rádio e a TV de Estado, que estão dando provas de certa criatividade” – afirma à Agência Fides pe. Piergiorgio Gamba, missionário monfortano que vive e trabalha há décadas no país.
Pe. Gamba destaca também que “as marchas de protesto são difíceis de se controlar e deixam espaços de infiltração aos homens do governo e do partido no poder”. “Há vozes sobre a presença de equipes de polícia no Zimbábue, cujo Presidente, Robert Mugabe, é amigo pessoal do presidente do Malavi”.
O missionário explica as causas do protesto: “O Presidente Bingu wa Mutharika tem 77 anos e está demonstrando sua incapacidade de diálogo com a oposição e com os próprios 2.9 milhões de eleitores que lhe conferiram 75% das cadeiras do Parlamento. Não obstante a grande maioria de que goza no Parlamento, o que mais pesa, dois anos depois, é o retrocesso econômico. A pobreza crescente já tocou todos as faixas da população: os hospitais estão sem medicamentos e frequentemente, cirurgias devem ser interrompidas por falta de luz. Os pacientes não podem ser transferidos porque falta carburante para a ambulância. Os professores estão sem salários há meses, os impostos são excessivos, os preços em forte aumento, diversos produtos não se encontram ou tiveram seus preços duplicados”.
Para sensibilizar os fiéis sobre os eventos de 20 de julho, as igrejas cristãs (inclusive a católica), junto com a comunidade cristã do Malavi, convocaram uma vigília nacional de oração, que se realizou em 16 de agosto.
(L.M.) (Agência Fides 17/8/2011)
