Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O amor pela Igreja na China, provada pelos sofrimentos por causas internas e externas foi o elemento que inspirou os membros da Comissão de mesmo nome, e que orientou a sua reflexão nos três dias de encontro realizados de 11 a 13 de abril no Vaticano. A mensagem que a Comissão quis endereçar aos católicos chineses, tem o sabor patriótico. Apóia-se naqueles valores radicais evangélicos que caracterizam a Igreja de Cristo. Assim como no Livro do Apocalipse, se encoraja os cristãos, que vivem momentos difíceis e em sérias dificuldades, à perseverança e fidelidade a Cristo, em comunhão com a Igreja, presidida pelo Papa, Sucessor de Pedro, Vigário de Cristo e Pastor da Igreja universal (cf. CJC, cân. 333). Guiados pelo Espírito, os membros da Comissão partilharam cada um suas preocupações, experiências e conhecimentos da delicada situação, tendo em vista oferecer elementos pastorais num momento de perda. Assim, analisada a situação real da diocese, reconhecendo a necessidade de redesenhar as áreas territoriais e a necessidade de definir melhor a formação do clero e dos religiosos/a. Esta foi reconhecida como uma prioridade. Ainda que não falte vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, nem sempre, essas igrejas têm formadores e recursos financeiros adequados. Com um grande sentido de responsabilidade, a Comissão sublinhou que o diálogo com as autoridades civis parece ter tido um revés para a "Ordenação Episcopal de Chengde, da qual alguns bispos concelebraram, levados ali pela força ou pressão indevida. Para eliminar qualquer confusão ou desentendimento que surgiam nas em suas respectivas dioceses, os bispos interessados são aconselhados a esclarecer a sua posição e, novamente, professar a sua união com o Papa, cum Petro et sub Petro. Os fiéis, por sua vez, devem mostrar sua afeição aos seus bispos, apoiando-os com a solidariedade e orações. Ao mesmo tempo, pede-se para continuar com paciência e confiança o diálogo com as autoridades civis e ajudar a criar uma sociedade que viva na paz e harmonia. O diálogo é tal se for baseado em fatos reais, como no neste caso. A Comissão, em nome de um princípio essencial, que é o da liberdade da Igreja e da sua catolicidade, afirma que a nomeação dos Bispos cabe exclusivamente à Santa Sé, "porque isso toca o coração da vida da Igreja". E sublinha ainda que esta liberdade está estritamente no âmbito religioso, que "não se interfere nos assuntos internos de um Estado e não lesa a sua soberania". Além disso, reafirma o que foi dito na carta que o Santo Padre enviou à Igreja na China, em 2007, na esteira da linha da homilia de primeiro de janeiro passado, quando o Papa defendeu a liberdade religiosa como um direito fundamental para qualquer outra liberdade do ser humano. Pe. Vito Del Prete, PIME. (Agência Fides 16/04/2011)