Monróvia (Agência Fides) – “Após a trégua declarada pelos rebeldes neste fim de semana, em Monróvia reina uma calma plena de tensão” diz um missionário contatado pelo Agência Fides, na capital liberiana, no centro dos pesados combates entre as forças do Presidente Charles Taylor e aquelas dos rebeldes do LURD (Liberianos Unidos pela Reconciliação e a Democracia). “Ontem me dirigi para a região do porto, palco dos choques mais intensos, e encontrei uma situação muito tranqüila. Os combates, para o momento, cessaram, mas o povo tem ainda muito medo. Diversas pessoas deixaram os abrigos e voltaram para casa, sobretudo para evitar que sejam saqueadas. Os bandos de predadores de fato estão descontrolados, sem qualquer governo”.
“A situação humanitária permanece grave, mesmo porque a guerra atinge um país muito pobre: 85% dos liberianos vivem na soleira da pobreza”.
A Igreja é uma das poucas instituições que permaneceram ao lado do povo, e é uma das poucas vozes independentes que permaneceram no País. “ Por estes motivos” afirma o missionário, “a Igreja agora está na mira. O secretário católico e diversas Igrejas foram depredadas com particular ferocidade. O arcebispo de Monróvia, Dom Michael Kpakala, sofreu ameaças pesadas, transmitidas até por rádio”.
“As esperanças de todos são confiadas à força de paz que os países africanos deverão enviar para o País”, disse o missionário.
Ontem, domingo 29 de Junho, na Nigéria, os representantes da Comunidade Econômica da África Ocidental e os embaixadores dos países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas discutiram a formação de um continente de 5 mil homens a enviar para a Libéria afim de vigiar a trégua.
A comunidade de S.Egídio, chamada para assumir o papel de facilitar o diálogo entre as partes liberianas, dirigiu um apelo para que se “procure uma solução política para o conflito sem mais derramamento de sangue”.
(L.M) (Agência Fides 30/06/2003 – linhas: 26; palavras: 312)