ÁFRICA/BURUNDI - O último grupo rebelde burundinês afirma que está pronto para negociar a paz. Grandes manifestações pela paz em todo o Burundi promovidas pela Ação Católica

Bujumbura (Agência Fides)- “Estamos na expectativa de entender se esta será verdadeiramente a grande oportunidade. Num passado recente, vimos muitas tréguas anunciadas e não respeitadas.” Assim uma fonte da Igreja local comenta para a Agência Fides o anúncio por parte das Forças Nacionais de Libertação (FNL) do Burundi de pôr fim às hostilidades e de estar pronto para iniciar as negociações de paz com o governo. O FNL é o último grupo de guerrilha burundinês que não assinou um acordo de paz com o governo. No ano passado, as Forças para a Defesa da Democracia (FDD), o principal grupo de guerrilha do Burundi, assinaram um acordo de pacificação com o governo de unidade nacional. O tratado previa o fim imediato das hostilidades entre o exército e as forças de FDD. Os rebeldes obtiveram a vice-presidência da República, quatro ministérios, 40% dos cargos oficiais do exército e 35% dos cargos da polícia.
“A situação, no entanto, está calma em todo o país e isso nos dá esperança”, afirmam as fontes da Fides.
Esta semana, em todo o Burundi, o Movimento da Ação Católica “Xaveri” está celebrando 50 anos de sua fundação, com uma série de manifestações pela paz. “Estamos promovendo conferências e vigílias de oração pela paz”, afirma à Agência Fides Pe Salvatore Niciteretse, da diocese dei Bururi, um dos promotores da iniciativa. “Estamos contentes que os fiéis participem dos numerosos encontros. Queremos promover os valores da tolerância, verdade, liberdade, justiça, solidariedade. Esses são os pilares da verdadeira paz.”
As manifestações são veiculadas pela televisão e rádios locais, que vão acompanhar ao vivo a marcha pela paz que será realizada na capital, Bujumbura, no domingo, 25 de abril. “A marcha vai marcar a conclusão da semana de celebrações pelos 50 anos de Xaveri. Mas isso não significa que nosso empenho pela paz termina aqui. Ou melhor, nos consagraremos à Virgem, por ocasião do mês mariano, para que a Nossa Senhora nos ajude a restabelecer a paz em nosso país”, conclui Pe. Salvatore. (L.M.) (Agência Fides 22/4/2004)