Antananarivo (Agência Fides) - “É um episódio ainda pouco claro. Certo é que foram presas cerca de vinte pessoas com a acusação de preparar um golpe de Estado” – disse à Agência Fides um redator da Rádio Dom Bosco de Antananarivo, capital de Madagascar, onde no dia 19 de abril, as autoridades locais anunciaram ter prendido, no domingo 18 de abril, 21 pessoas com a acusação de preparar o assalto no prédio do primeiro-ministro. O Madagascar a cerca de uma não vive uma forte crise política pelo confronto entre o Presidente da Alta Autoridade de Transição, Andry Rajoelina, e o ex-Presidente Marc Ravalomanana. Este último foi obrigado a se demitir em março de 2009 sob pressão militar e da oposição guiada por Rajoelina.
“Entre os presos estão militares e alguns civis, que o trabalham em uma unidade do exército" – Asse à Fides. Segundo um alto expoente do governo da Alta Autoridade de transição o ex Presidente Ravalomanana teria financiado os presuntos golpistas, numa circunstância desmentida por Ravalomanana, que se encontra em exílio na África do Sul.
“A versão oficial provocou desconfiança no país e isso pode ser visto pelas entrevistas que mandamos ao ar" – afirma o redator de Rádio Dom Bosco. Alguns afirmam que a denúncia da tentativa de golpe e as prisões teriam sido um pretexto da parte de Rajoelina para evitar chegar na África do Sul a fim de se encontrar com Ravalomanana”.
O encontro entre os dois líderes políticos malgaxes está previsto para 24 de abril (ver Fides 14/4/2010) foi adiado par ao dia 28 de abril. Além disso, está sendo avaliada a hipótese de convocar também os ex-presidentes Ratsiraka e Zafy. “Neste caso – comenta - a fonte de Fides – se voltaria à falência das negociações de Maputo e de Adis Abeba, que fizeram acordos que não foram porém colocados em prática".
Os acordos assinados nos meses passados em Maputo (Moçambique) e Adis Abeba (Etiópia) entre os 4 movimentos, tendo como chefes respectivamente Rajoeina, Ravalomanana, Ratsiraka e Zafy, prevêem a criação de um governo de unidade nacional que leve o país às eleições. Surgiram contrastes sobre a composição do executivo, que induziu Rajoelina a formar unilateralmente um próprio governo. A União Africana condenou a decisão de Rajoelina e impôs sanções a ele a centenas de personalidades malgaxes.
Há várias semanas se ouvem no país vozes de um golpe militar alimentado também pela demissão forçada do Ministro da Defesa, o general Noel Rakotonandrasana (ver Fides 17/4/2010). (L.M.) (Agência Fides 20/4/2010)