ÁSIA/FILIPINAS - “Depois do atentado, a Catedral destruída, as pessoas aterrorizadas: pedimos a ajuda da Igreja universal”: o apelo feito à Fides pelo Bispo de Basilan

Quarta, 14 Abril 2010

Isabela (Agência Fides) – “È terrível. A bomba que explodiu no dia 13 de abril destruiu a 70% da Catedral de Isabela e o edifício não pode ser utilizado. Graças a Deus ninguém morreu. Hoje celebramos a Missa no Centro Catequético. Os fiéis estão aterrorizados: estes são atos terroristas que pretendem tornar difícil a vida dos cristãos e obrigá-los a abandonar Basilan”: é o dramático testemunho expresso na conversa entre Dom Martin Jumoad, Bispo da Prelazia de Isabela, capital da ilha de Basilan, no sul das Filipinas, e a Agência Fides.
No dia 13 na ilha foram perpetrados atentados terroristas: uma bomba atingiu um prédio governamental, outra foi colocada na Catedral católica da cidade, danificado-a gravemente. Sucessivamente, os confrontos armados entre milícias terroristas e forças de segurança do governo causaram 15 vítimas. “É a primeira vez que somos atacados tão diretamente e com tanta força. No passado recebemos cartas ameaçadoras e outros tipos de ameaças. Foram perpetrados outros pequenos atentados, mas hoje é muito diferente. Poderia ter sido uma tragédia. Temo seriamente pela minha vida e pela vida dos fiéis. Todavia, andei pelas ruas para encorajar os fiéis: é a minha missão” – ressalta à Fides o Bispo.
“Preparei uma Carta Pastoral na qual convido os católicos a permanecerem em Basilan, que è a nossa casa; peço a eles que fiquem calmos, que não respondam com violência e que rezem pela paz. No dia 13 foi realizada uma procissão com velas acesas em sinal da paz, que iluminou a cidade. A nossa esperança não deve morrer” – acrescenta, recordando que em Basilan a população é muçulmana num total de mais de 60% e 40% é cristão. O bispo encontrou as autoridades civis “recebendo apoio e solidariedade”: “um dos problemas principais – disse ele – é a proliferação das armas na sociedade e em todo o sul das Filipinas, que as autoridades se empenharam em combater. Além disso, nos foi garantido que a polícia fará seu dever em capturar os responsáveis, na luta contra o terrorismo e para garantir segurança às pessoas”.
"Pedimos ao Papa, à Igreja e a todas as agências de ajuda humanitária – conclui Dom Jumoad – que nos ajudem na reconstrução da Catedral, símbolo de nossa comunidade, lugar onde dar graças a Deus, onde nos reunir para louvar, fazer catequese e caridade”.
Os fatos que aconteceram no dia 13, são segundo as fontes locais de Fides, “permeados de terrorismo onde se entrelaçam vários elementos: a intenção de semear instabilidade na vigília das eleições gerais (em maio de 2010): as ameaças contra os cristãos; um acerto de contas entre milícias e militares filipinos, engajados há anos no sul das Filipinas”.
A ilha de Basilan, com Jolo e as ilhas Sulu, é uma das bases dos terroristas do grupo “Abu Sayyaf”, que há vários anos age naquela área, levando adiante uma ideologia repleta de nacionalismo e extremismo islâmico radical. O exército filipino presente no sul do arquipélago conduz há vários anos uma luta contra o grupo (na lista de grupos terroristas no âmbito internacional), mas até agora não conseguiu derrotá-lo. (PA) (Agência Fides 14/4/2010)


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