ÁSIA/SRI LANKA - A questão dos refugiados tâmil condiciona a reconciliação étnica.

Quinta, 8 Outubro 2009

Colombo (Agência Fides) – “Resolver a questão dos refugiados tâmil, ainda aberta depois do final da guerra, é um passo importante e fundamental para a reconciliação étnica do Sri Lanka”: é o que afirma à Agência Fides uma fonte da Igreja local, salientando que tais questões, que estão surgindo no noticiário nacional, envolvem plenamente a opinião pública e poderiam envenenar ulteriormente o clima social, se forem deixadas sem uma clara definição. Por outro lado, se o governo encontrar uma maneira justa de resolvê-la, no que se refere à dignidade e os direitos inalienáveis de mais de 20 mil desabrigados de origem tâmil, “será mais rápido o percurso da pacificação social e da reconciliação entre estes dois componentes da sociedade do Sri Lanka, a cingalesa e a tâmil”.
Neste caso, observa a fonte de Fides, “as feridas das guerras poderão ser cicatrizadas mais rapidamente, graças aos esforços e à boa vontade de todas as partes sociais e também das comunidades religiosas, que podem dar uma grande contribuição à paz”.
Nos últimos meses a Igreja católica, com diversos chamados, pediu ao governo do presidente Mahinda Rajapaksa que se preocupasse com a questão dos refugiados tâmil, ainda presentes no norte do país, onde mais de 200 mil pessoas vivem em grande necessidade e sofrimento.
A Conferência dos superiores religiosos do Sri Lanka enviou uma carta ao presidente manifestando satisfação pelo trabalho feito até agora, mas pede uma rápida solução para a emergência dos desabrigados tâmil.
Também os fiéis cristãos tâmil na Índia, em um documento entregue às autoridades, pedem que o governo de Colombo permita às ONGs de intervirem e de operarem nos campos de refugiados, para garantir a assistência às necessidades de base e a tutela da dignidade e dos direitos humanos elementares.
Numerosos religiosos, religiosas e voluntários católicos estão trabalhando nos campos de refugiados para aliviar os sofrimentos e as dores dessas populações e para garantir a educação das crianças. Os desabrigados querem apenas retornar às próprias casas. O exército os impede, além de controlar os campos, suspeitando infiltrações dos guerrilheiros tâmil. (PA) (Agência Fides 8/10/2009)


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