Bissau (Agência Fides)- No dia 28 de junho na Guiné Bissau deveriam acontecer as eleições presidenciais antecipadas, estabelecidas depois da morte do Presidente João Bernardo “Nino”Vieira, morto no dia 2 de março por um grupo de militares que o consideravam responsável pela morte do Chefe do Estado Maior, o general Tagmé Na Waie, vítima algumas horas antes de um atentado (ver Fides de 2/3/2009). Entre os candidatos das eleições estava Baciro Dabo, Ministro da administração territorial, morto hoje, 5 de junho, pó ter se oposto à prisão pela polícia militar. Dabo, afirma um comunicado do Ministério do Interior, de fato, é acusado de ser um dos líderes de uma suposta tentativa de golpe organizada por um “autoproclamado Alto Comando das Forças Republicanas para a Restauração da Ordem constitucional e democrática”.
Entre os conspiradores estava também Helder Proença (ex-Ministro da Defesa), Roberto Cacheu e Francisco Conduto de Pina. Estas pessoas, ao lado de Dabo foram todas altos expoentes do Partido Africano par a Independência da Guiné e de Cabo Verde (PAIGC): o histórico movimento de libertação do colonialismo que depois se tornou por pelo menos 20 anos o partido único do País. Dabo era considerado como “próximo” do Presidente morto, “Nino” Vieira.
Segundo a Agência portuguesa Lusa, Proença foi morto a tiros na estrada que liga q cidade setentrional de Bula e a capital Bissau. O motorista e o segurança também foram mortos.
Os testemunhos reunidos pela imprensa internacional sobre as circunstâncias da morte de Proença e de Dabo divergem da versão oficial segundo a qual duas personalidades teriam resistido à prisão com os seus seguranças. Segundo a Agência “France Press”, Dabo teria sido morto no seu quarto por um grupo de militares que entrou na casa por volta das 4 da manhã depois de imobilizar os seguranças.
Também as circunstâncias da morte do Presidente Vieira e do Chefe do Estado Maior não foram esclarecidas. Na metade de maio, o Procurador geral do País, Luis Manuel Cabral, declarou não poder continuar as investigações sobre os dois delitos por estar “privado de meios”. Seis pessoas foram presas pelo atentado contra o general Tagmé Na Waie.
A Guiné Bissau tornou-se uma rota do tráfico de cocaína entre a América Latina e a Europa, passando pela África ocidental, onde os narcotraficantes aproveitam-se da fraqueza da polícia e do sistema judiciário local. (L.M.) (Agência Fides 5/6/2009)