Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Verapaz (Agência Fides) – Dom Rodolfo Valenzuela Núñez, bispo de Verapaz (Guatemala), através de um comunicado denunciou o aumento da violência que reina na região. Conforme o que diz o texto, “são mais de 33 os assassinatos cometidos na diocese no ano passado”. Esta situação favoreceu um clima de “insegurança e de desconfiança na população, alarmada por tantos homicídios em plena luz do dia”. Além disso, muitos destes episódios violentos “não se devem somente ao aumento da delinqüência comum, mas também por causa das ações do crime organizado que têm bases operacionais em nossa região”.
Os bispos e os sacerdotes da diocese denunciaram “o excesso de força e de violência contra os camponeses da propriedade Guaxac, jurisdição do Município de Tucurú, em 12 de fevereiro”, ação na qual participaram mais de 500 militares do exército e da polícia, que causou uma morte e vários feridos. Estes fatos “assim graves e dolorosos não fizeram nenhum eco nos meios de comunicação, regionais e nacionais” e como acontece muitas vezes “muitos destes fatos permanecem sempre impunes e as pessoas passam a não acreditar no sistema da justiça”. Para os bispos a raiz de muitos destes fatos de violência se encontra no problema da desigualdade e a injusta distribuição de terra no país.
Diante desta situação, os signatários expressam m primeiro lugar a sua solidariedade para com as vítimas, porque “não podemos permanecer calados favorecendo a indiferença ou a indolência diante da total falta de respeito pela vida e pelos direitos de todo ser humano, especialmente dos mais indefesos”.
Os bispos manifestam a sua preocupação “pela deterioração evidente e progressiva da convivência e da paz social”, pedindo às autoridades “para que cumpram o seus deveres em proteger a ordem e a segurança dos cidadãos”, e aos meios de comunicação “pedem para que informem com fidelidade e verdade os fatos, colaborando assim na construção de uma sociedade mais justa e mais humana”.
O comunicado termina com um apelo urgente a todos os membros da Igreja e a todos os homens e mulheres de boa vontade “para que não reajam violentamente, para que não se deixem vencer pelo mal, mas que vençam o mal com o bem e para que respondam a estas situações de conflito com ações positivas, coordenadas e não violentas”. (RG) (Agência Fides 2/3/2009)
