Bangkok (Agência Fides) – Prossegue o debate sobre a condição humanitária dos refugiados birmaneses de etnia Rohingya, uma minoria étnica de fé muçulmana perseguida pelo regime de Rangoon. Os Rohingya procuram, de todas as maneiras, fugir do país e se aventuram em mar aberto com a esperança de aportar no litoral tailandês.
O governo de Bangkok, em muitos casos, porém, não concedeu asilo aos refugiados, não lhes permitindo desembarcar no litoral tailandês. Numerosas embarcações repletas de refugiados, rejeitados pela marinha tailandesa, aportaram nas Ilhas Andaman e na Indonésia depois de permanecerem dias à deriva sem água, nem alimentos. Segundo alguns sobreviventes, muitos barcos afundaram.
Os refugados que conseguem desembarcar são presos como clandestinos. O Alto Comissariado da ONU para os refugiados (Acnur) pediu ao governo tailandês para poder visitar 126 boat people Rohingya, atualmente retidos no sul da Tailândia. O Acnur pretende verificar se entre eles há pessoas que precisam da proteção internacional.
A sorte dos Rohingya é um problema regional, observou o Acnur, que quer iniciar conversações com os governos da região para encontrar meios adequados de resolver as causas profundas que levam os Rohingya a pôr as suas vidas em risco durante essas viagens. A Tailândia pediu uma conferência internacional sobre o drama dos últimos “boat people” asiáticos. Um porta voz do ministério das Relações Exteriores de Bangkok relatou que a ideia surgiu depois de um encontro de funcionários do governo tailandês com representantes da Índia, Indonésia, Bangladesh, Malásia e Mianmar.
Segundo as estimativas oficiais, entre 2005 e l 2006 chegaram 1.225 refugiados na Tailândia; no ano seguinte, 2.763. Entre 2007 e 2008 foram 4.886, com uma tendência de aumento constante. De 26 de novembro a 25 de dezembro de 2008 houve oito casos de detenção forçada, que envolveram 659 refugiados.
A Amnesty International e outras ONGs internacionais interessaram-se pelas difíceis condições desses refugiados.
A minoria Rohingya em Mianmar tem cerca de 800 mil pessoas. Mais de 250 mil são os refugiados que abandonaram o país por causa das violências sofridas. (PA) (Agência Fides 28/1/2009)