Roma (Agência Fides)- Mais de 8 milhões de angolanos são chamados às urnas em 5 de setembro para eleger 220 deputados, dentre os 14 partidos políticos nas primeiras eleições desde 1992. Os dois principais concorrentes são o MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola), no poder desde a independência e a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), que desde o fim da guerra civil, em 2002, é o principal partido da oposição.
Por ocasião do importante evento, a Agencia Fides publica alguns detalhes sobre o país e a Igreja católica:
A República de Angola tem extensão de 1 milhão 246.700 km2 e mais de 16 milhões de habitantes, dos quais cerca de 9 milhões menores de 18 anos. Situada na costa atlântica da África Austral, Angola confina, a sul, com a Namíbia, a leste com a Zâmbia, a nordeste com a República Democrática do Congo, e através do enclave de Cabinda, com a República do Congo (Congo Brazzaville).
História
Desde 1482, Angola foi colônia portuguesa. Em 1955, recebeu o status fictício de província portuguesa de além-mar. A luta pela independência durou cerca de vinte anos. Somente em 11 de novembro de 1975 o país obteve a plena independência. Neste meio tempo, teve início uma guerra civil que contrapôs por vinte anos a UNITA e o MPLA, apoiados respectivamente por Estados Unidos e África do Sul, e por outro lado, por União Soviética e Cuba. A guerra civil, com conseqüências como fome e epidemias, causou não menos de um milhão e meio de mortos e a fuga de 2.500.000 pessoas.
Graças também ao fim da guerra fria e aos progressos democráticos da África do Sul, em 1994 foi alcançado um acordo de paz entre o governo e a UNITA e em abril de 1997 foi formado um governo de unidade nacional, com a presença de personalidades de ambas as formações. No final de 1998, a UNITA rompeu os acordos e voltou a combater, o que levou ao êxodo de centenas de milhares de pessoas da própria terra. Em 2002, depois da morte do fundador e líder histórico da UNITA, foi assinado um novo acordo que levou à paz duradoura.
Economia
Angola deve ainda enfrentar os prejuízos causados por 25 anos de conflito. O país é rico de recursos naturais. Em abril de 2008, Angola se tornou o primeiro produtor africano de petróleo bruto, superando a Nigéria, com uma produção de 1,9 milhões de barris de petróleo por dia. Entre os outros recursos do país, estão diamantes, ouro, fosfatos, bauxita e urânio.
Com o fim da guerra civil, muitos investidores externos estão intervindo no país para melhorar sua infra-estrutura econômica. O país está no 19o lugar entre os maiores recebedores de ajudas internacionais (em 2005 recebeu 1 bilhão 144 milhões de dólares em ajudas) e no período 2000-2005, Angola registrou um dos mais elevados índices de inflação média anual de preços de consumo (79,2 %).
Há, porém, aspectos positivos: entre 1994 e 2004, o país teve crescimento médio anual do Produto Interno Bruto de 7,4%, situando-se no décimo lugar entre os países com maior desenvolvimento econômico. Segundo o banco Mundial, o índice de crescimento da economia angolana em 2008 deve ficar ao redor de 20%. O resultado é significativo, calculando que na década precedente (1984-1994) Angola estava entre os países com crescimento econômico negativo (-1,4%). Esta riqueza aumentada, porém, ainda não se traduziu em melhor qualidade de vida dos angolanos. Entre as chagas sociais que mais afligem o país, está a AIDS, que atinge 3,7% da população, entre doentes e soropositivos, e a carência de água potável (metade da população não tem acesso). O índice de mortalidade é um dos mais altos do mundo (21 mortos por mil).
A Igreja
Roma (Agência Fides) - Os primeiros missionários chegaram a Angola em 1491. O Acordo Missionário de 7 de maio de 1940 entre o governo de Lisboa e a Santa Sé favoreceu as missões, embora as mantendo sujeitas a Portugal. O primeiro Bispo autóctone foi nomeado em 1970. Aproveitando de um período de trégua nos combates, João Paulo II visitou Angola de 4 a 10 de junho de 1992.
Os católicos são 8 milhões e 334 mil, em 18 dioceses, com 283 paróquias. Existem 25 Bispos, 410 sacerdotes diocesanos, 339 sacerdotes religiosos, 157 irmãos professos, 2.204 religiosas, 26.341 catequistas. A Igreja Católica administra 71 escolas maternais, com 10.527 alunos; 256 escolas primárias, com 48.371 alunos; 126 escolas médias inferiores e superiores, com 52.366 alunos. A Universidade Católica de Luanda, capital do país, é o ateneu mais prestigiado do País, embora tenha apenas 8 anos de vida. A Igreja católica administra também 18 hospitais, 256 ambulatórios, 3 casas para doentes de Hanseníase, 11 casas de acolhimento, 42 orfanatos, 25 jardins de infância, 4 consultórios familiares (dados do último Anuário Estatístico da Igreja).
(L.M.) (Agência Fides 3/9/200)