ÁSIA/PAQUISTÃO - O cenário político no Paquistão muda com as eleições

Quinta, 21 Fevereiro 2008

Islamabad (Agência Fides) - O cenário político no Paquistão, país-chave nos equilíbrios geopolíticos do Sul da Ásia, mudou rapidamente depois das eleições legislativas de 18 de fevereiro. Segundo os últimos dados, quase definitivos, o pleito atribuiu ao Partido Popular do Paquistão, da líder assassinada Benazhir Bhutto, 87 cadeiras no Parlamento, e à Liga muçulmana-N, do ex-premiê Nawaz Sharif 66 cadeiras, consagrando-as como as duas formações majoritárias no país.
O partido do Presidente Musharraf ficou com apenas 39 cadeiras, e reduziu sensivelmente seu peso e influência política. Segundo analistas, o voto é reflexo da crescente insatisfação demonstrada pela sociedade em relação à liderança do ex-general nos últimos meses. Atualmente, os representantes dos dois partidos que obtiveram a maioria estão negociando para “reunir as forças democráticas” e formar uma coalizão de governo, já que, unidos, controlam mais de 50% da Assembléia nacional.
A coalizão parlamentar pode retirar a confiança ao Presidente Musharraf, acusado de corrupção, abuso de poder e de ter ilegitimamente imposto a lei marcial no país. com efeito, o Parlamento tem poder de encaminhar o procedimento de impeachment. Por sua vez, o ex-general auspiciou o nascimento de uma “coalizão harmônica” e de “um governo estável” e anunciando seu desejo de permanecer no vértice do governo. Neste fluido quadro político e social, as minorias religiosas vivem uma situação ainda tensa e instável e auspiciam que o novo governo, relançando valores de liberdade, respeito dos direitos humanos e democracia, tutelas e ausência de discriminações em relação à comunidade de minoria. A Comissão Justiça e Paz dos Bispos paquistaneses esteve presente na campanha eleitoral convidando os fiéis a rezar e participar, com animo cidadão, no legítimo processo de construção social e política do país.
(PA) (Agência Fides 21/2/2008)


Compartilhar: