ÁFRICA/SOMÁLIA - Depois de três dias de combates, Mogadíscio ficou depredada. Preocupação pelo êxodo maciço da população

Sábado, 31 Março 2007

Mogadíscio (Agência Fides)- Após três dias de intensos combates, com o uso de helicópteros e de artilharia pesada, Mogadíscio ficou depredada. Na capital da Somália se enfrentam as tropas etíopes, que intervieram em apoio às tropas do governo de transição, e grupos de milicianos ligados às Cortes Islâmicas, que tiveram que abandonar a cidade no final de dezembro (veja Fides 28 de dezembro de 2006). Há dezenas de mortos e centenas de feridos segundo a Cruz Vermelha Internacional, que afirma que os combates em curso são os piores dos últimos 15 anos.
Apesar da potência da artilharia utilizada, o exército etíope tem dificuldade em controlar os milicianos, alguns dos quais ligados ao extremismo internacional. Em 30 de março, um helicóptero etíope foi abatido por um míssil no céu da capital somali, fazendo reviver o fantasma da missão “Restore Hope” das Nações Unidas, no decorrer da qual ao menos dois helicópteros foram abatidos por mísseis não guiados. Uma técnica utilizada depois no Iraque.
Segundo um comunicado enviado à Agência Fides pelo Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, desde o início de fevereiro se registra um constante fluxo de pessoas em fuga de Mogadíscio. Desde o início do mês de fevereiro, são cerca de 57 mil as pessoas que deixaram a capital somali”.
O êxodo se intensificou na semana passada, quando o governo federal de transição convidou os civis a abandonar algumas áreas da cidade, prevendo uma intensificação da ofensiva contra os insurgentes.
“Este novo êxodo está agravando ulteriormente a já grave crise situação humanitária, a partir do momento que o ACNUR e as outras agências humanitárias não têm acesso a Mogadíscio e às regiões circunstantes devido à crescente violência”, precisa o comunicado. Dentro da Somália, existem atualmente cerca de 400 mil refugiados internos, enquanto outras dezenas de milhares de pessoas fugiram para os países vizinhos. (L.M.) (Agência Fides 31/3/2007)


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