AMÉRICA/ESTADOS UNIDOS - A Universidade de Harvard aposta mais na religião e na ética no programa de estudo

Sexta, 16 Fevereiro 2007

Roma (Agência Fides) - Trata-se da maior revolução cultural que Harvard conheceu desde os anos 70: após 30 anos, o programa de estudos da prestigiosa universidade norte-americana foi modificado. Serão focalizados temas religiosos, culturais e científicos. O novo elenco de matérias que os estudantes deverão enfrentar é fruto do trabalho de três anos de uma comissão composta por seis docentes e dois estudantes.
Nos últimos anos, o programa da mais antiga universidade norte-americana foi várias vezes contestado pela atenção excessiva aos argumentos puramente acadêmicos e pelo escasso interesse por temas que tocam a vida dos seres humanos mais de perto.
Assim, decidiu-se introduzir oito novas áreas temáticas de estudo. Uma delas é intitulada ‘sociedade no mundo’ e permitirá aos estudantes “conhecer os valores, as tradições e as instituições” de outros países, lê-se em um relatório que antecipa as novidades. O objetivo é ‘provincializar’ os estudantes, pois raramente se interessam por costumes do restante do planeta.
Apesar de ter sido fundada 370 anos atrás para instruir pastores puritanos, a universidade é laica. Por isso, haverá uma cátedra de “cultura e credo religioso”, que permitirá conhecer “idéias, arte e religião no contexto de condições sociais, políticas, religiosas e econômicas”.
“Harvard é uma instituição laica, mas a religião representa uma parte importante da vida dos nossos estudantes”, destaca-se no documento. Cerca de 94% dos estudantes declaram que discute “frequentemente” ou o “ocasionalmente” religião, enquanto 71% garante que freqüenta regularmente funções religiosas.
Os estudantes terão a ocasião de estudar mais profundamente matérias científicas, mas poderão fazê-lo com um olho mais atento à ética, quando, por exemplo, se fala de pesquisa com células-tronco. Haverá espaço também para o raciocínio empírico e ético, assim como para “a compreensão interpretativa e estética”. (AP) (16/2/2007 Agência Fides)


Compartilhar: