Roma (Agência Fides)- Também na África estão em aumento as despesas militares. Segundo um relatório divulgado pela organização humanitária britânica Oxfam, prevê-se que as despesas militares mundiais em 2006 chegarão a 1.059 bilhões de dólares (835 bilhões de euros), uma cifra superior às despesas incontroladas do período da guerra fria. Se os Estados Unidos e os países do Oriente Médio são os principais responsáveis por este aumento, alguns entre os países mais pobres do mundo dão a sua contribuição para este triste primado.
Entre esses estão também alguns países africanos. Segundo Oxfam, entre 1985 e 2000, República Democrática do Congo, Ruanda, Sudão, Botsuana e Uganda duplicaram seus gastos militares. “Todos os anos, as despesas com armamentos aumentam e todos os anos os conflitos causam novos sofrimentos e novas penúrias”, afirma Bernice Romero, diretora das campanhas de Oxfam International. A responsável pela organização humanitária destaca que “a venda de armas não está na origem dos conflitos, mas contribui a prolongá-los e a alimentá-los”. Por esse motivo, as organizações humanitárias há muito tempo pedem a adoção de um tratado internacional que regule a comercialização das armas em regiões de guerra. O objetivo do tratado é impedir que, uma vez que um conflito eclode, este seja alimentado por um fluxo contínuo de novas armas e munições provenientes de países estrangeiros. Em outubro, as Nações Unidas deverão decidir a criação de uma comissão de especialistas para elaborar o tratado. Argentina, Austrália, Costa Rica, Finlândia, Japão e Quênia expressaram seu apoio à adoção deste acordo.
Deter a corrida dos armamentos é imperativo para enfrentar as crises humanitárias e encontrar recursos para serem investidos no desenvolvimento. Segundo a FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, na África todos os anos 15 bilhões de dólares são perdidos por causa dos conflitos. (L.M.) (Agência Fides 23/9/2006)