Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Herat (Agência Fides) – A sociedade civil afegã apoia uma plena reconciliação com os movimentos talibãs e uma solução político-diplomática no cenário afegão: afirma uma pesquisa publicada hoje intitulada "As tropas estrangeiras aos olhos dos afegãos", promovida pala ONG italiana "Intersos", que trabalha no Afeganistão, Paquistão e cerca de 20 países da África, Ásia, América Latina e Europa. A pesquisa, enviada à Agência Fides pelo autor e pesquisador Giuliano Battiston, foi realizada ouvindo expoentes da sociedade civil afegã (líderes civis e religiosos, jornalistas, mulheres e chefes de associações) em Herat, Farah, Badghis, onde existem sedes do comando militar Isaf-Otan.
Na "solução negociável" do conflito com os talibãs deveria se distinguir, ressalta a pesquisa, os talibãs locais, considerados membros da maior comunidade afegã, e aqueles dos países de confim, considerados não muito favoráveis à negociação. Segundo os afegãos, é urgente um esforço de reconciliação com os movimentos anti-governamentais porque o trabalho das tropas internacionais não produziu resultados apreciáveis e as condições de segurança em muitas áreas piorou.
"O dado mais evidente que emerge da pesquisa – disse Battiston à Fides – é a distância entre as opiniões expressas oficialmente pelos representantes das chancelarias ocidentais e as afegãs". Os primeiros apoiam que, após dez anos do início da atuação militar no Afeganistão, as forças Isaf-Otan e estadunidenses conseguiram estabilizar o país; os segundos declaram, ao contrário, que a comunidade internacional faliu em garantir a segurança à população.
Muitas pessoas indagadas lamentam também o desequilíbrio entre as verbas destinadas às operações militares e as ajudas ao desenvolvimento e à assistência das comunidades locais. Os cidadãos afegãos reivindicam um maior envolvimento na realização de projetos promovidos pela comunidade internacional. Algumas medidas consideradas indispensáveis pela sociedade civil são: a reconstrução das infraestruturas; garantir a autossuficiência do sistema econômico; edificar um sistema de direito eficiente, garantia de justiça e de igualdade para todos os cidadãos e a tutela dos abusos. (PA) (Agência Fides 7/2/2012)
