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São Salvador (Agência Fides) – A Igreja católica manifesta sua preocupação pela situação dos cárceres de El Salvador e chama a atenção para o relatório elaborado pela “Comissão para os direitos das pessoas privadas da liberdade” (ligada à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos, CIDH), que relevou “graves carências estruturais” e a superpopulação de 300% no sistema carcerário.
“Quero expressar a minha preocupação pelas condições críticas nos cárceres de nosso país, a superpopulação de prisioneiros e a terrível situação dos isolamentos” – disse o Arcebispo de São Salvador, Dom José Luis Escobar Alas, em sua habitual coletiva de imprensa de domingo. “Estou contente que a OEA tenha se pronunciado desta vez” –destacou o Arcebispo, referindo-se à avaliação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Agência autônoma da Organização dos Estados Americanos (OEA).
“Espero que nossas autoridades estejam disponíveis a ouvir a preocupação da OEA, que se apresenta também como uma oportunidade para os países amigos da América, membros da OEA, para nos ajudar, de um modo ou de outro, a resolver este problema” – disse o Arcebispo. “Considero necessário tratar estes prisioneiros de modo humano e digno, e creio que seja injusto que os criminosos devam apenas ‘sofrer e sofrer’. Alguns anciãos não são mais um perigo para a sociedade e não faz sentido que permaneçam na prisão”.
Este mesmo problema existe também em outros países da América Latina. Segundo informam as agências, de acordo com dados oficiais apresentados no relatório, em El Salvador, as prisões para adultos apresentam uma super-população que supera 300%, enquanto 45% dos detentos nas estruturas destinadas a jovens têm mais de 18 anos. Os dados oficiais indicam que o sistema carcerário conta 23.840 prisioneiros em 23 estruturas, projetadas para um máximo de 8.110 detentos.
(CE) (Agência Fides, 11/10/2010)
