AMÉRICA/EL SALVADOR - A Igreja após as violências contra o transporte público: “urgem planos realmente operativos, ações concretas e rápidas”

Quarta, 30 Junho 2010

São Salvador (Agência Fides) – A violência das temidas "maras" (bandos de jovens) da América Central continua a produzir morte na capital de El Salvador, São Salvador. Na tarde de domingo, 20 de junho, 17 pessoas foram mortas em atentados contra meios de transporte públicos. Destas, 14 foram queimadas vivas. Segundo as autoridades, outras 3 pessoas foram assassinadas a tiros e pelo menos 15 feridas em dois ataques na zona norte da capital, na região de Mexicanos. A raiz do problema são as extorsões no setor do transporte público. Somente neste ano, conta-se 80 funcionários assassinados e 15 ônibus queimados. Nunca se havia incendiado ônibus com passageiros dentro, como ocorreu em 20 de junho. Depois do primeiro caso de ônibus queimado, alguns membros do bando pararam outro ônibus no mesmo percurso e abriram fogo contra os passageiros, 2 moças e um homem, que foram mortos. O presidente de El Salvador, Mauricio Funes, anunciou a prisão de 7 pessoas por presumível envolvimento nos atentados, que ele descreveu como “atos de puro terrorismo".
O Arcebispo de San Salvador, Dom José Luis Escobar Alas, agradeceu as autoridades pela iniciativa de agilizar as vias legais para combater com eficácia a criminalidade, observando que a luta a esta chaga deve ser acompanhada de projetos gerais para a reintegração social dos delinqüentes. O Arcebispo falou na tradicional coletiva à imprensa de domingo, e disse, entre outras coisas: “Estamos satisfeitos que o Governo tome parte ativa no episódio e cogite simplificar as vias legais para reforçar a sua autoridade, mas é preciso ir até o fundo da questão, propondo planos realmente operativos, ações concretas, rápidas, que possam efetivamente controlar a situação”.
A população das localidades próximas ao local onde se verificaram os episódios de violência também manifestou publicamente: sábado, 26 de junho, mais de quinhentos salvadorenhos marcharam para pedir o fim da violência. A passeata, na qual os participantes vestiam roupas brancas e levavam faixas, realizou-se no município de Mexicanos, área na qual houve a violência, a cerca de três quilômetros de São Salvador. Ao lado dos habitantes, havia também estudantes e moradores dos municípios vizinhos de Cuscatancingo e Ayutuxtepeque.
(CE) (Agência Fides, 30/06/2010)


Compartilhar: