Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Bangalore (Agência Fides) – “A grande celebração do Congresso missionário indiano foi um momento de graça para a Igreja indiana. Foi um momento histórico, uma nova Pentecostes para a comunidade católica na Índia, presente com delegados provenientes dos quatro ângulos da vasta nação”, diz à Agência Fides o padre Ignaci Siluvai, diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias no país, fazendo um balanço do evento. Ele foi um dos seus principais organizadores, catalisando nos últimos dias a atenção da Igreja naquela região.
“A finalidade era a de reacender o fogo da missão no coração dos participantes. O próprio tema escolhido, “Fazer resplandecer a sua luz”, indicava que não se tratava apenas de um seminário, mas de um profundo exercício de natureza espiritual, possível graças à força e à presença do Espírito Santo”, observa o padre Siluvai.
“Apreciei muito – salienta o diretor das POM – o entusiasmo e o zelo dos participantes. Foi uma ocasião para se dar conta e ter contato com diversificada realidade da comunidade dos fiéis indianos, formada de tantas pessoas de línguas, culturas e costumes diversos, e que estavam reunidas em um único lugar, unidas em nome da fé no Cristo. O congresso foi uma valiosa oportunidade para ampliar a perspectiva missionária. Ajudou-nos, de fato, para que nos identificássemos como seguidores de Jesus, para que redescobríssemos nossas raízes cristãs e revigorássemos o espírito missionário, celebrando a fé em Cristo ressuscitado e a nos dedicarmos à missão”.
Padre Siluvai recorda que no congresso foram mencionadas duas delicadas questões ligadas entre si: as perseguições impostas à comunidade cristã de Orissa e em outras partes do país, e as chamadas “conversões forçadas”. “Os testemunhos que ouvimos foram edificantes – observa o diretor – e nos lembraram que em Orissa tantos cristãos, ameaçados, preferiram morrer a abjurar a fé em Cristo. Muitos estavam prontos a dar a própria vida: são os mártires modernos da Índia”.
A respeito das conversões, o cardeal Oswald Gracias, falando no congresso, salientou a existência de leis anti-conversões em alguns Estados da Índia, com o objetivo de impedir as chamadas “conversões forçadas”. “A nossa resposta – diz padre Siluvai – é que tais leis não servem, pois para a Igreja elas são sem sentido: a conversão é a mudança livre e sincera de um coração humano, que abraça o Cristo e sua mensagem, e ninguém pode forçar uma pessoa a fazer isso. Alguém que sinceramente quer tornar-se discípulo de Jesus deve ter o direito de fazê-lo. Este é um direito humano, previsto na Constituição do país. Nenhuma autoridade civil tem o direito de entrar no santuário da consciência humana”. (PA) (Agência Fides 22/10/2009)
