ÁFRICA/SUDÃO - Um bispo do sul do Sudão pede à comunidade internacional para proteger os civis dos ataques dos guerrilheiros do Exército de Resistência do Senhor (LRA)

Cartum (Agência Fides) – Dom Edward Hiiboro Kussala, da diocese de Tombura-Yambio no sul do Sudão, pediu a intervenção da comunidade internacional para terminar com os ataques dos guerrilheiros ugandenses do Exército de Resistência do Senhor (LRA) contra os povoados da região.
O bispo sublinhou que ocorre a ajuda da comunidade internacional para proteger as pessoas inocentes, a maior parte das quais são crianças, mulheres e idosos, de um grupo que descreveu como as bandas de guerrilheiros.
Os rebeldes perpetraram vários ataques contra uma igreja na área, saqueando o edifício. Um mês atrás, durante um ataque à Igreja de Nossa Senhora Rainha da Paz na cidade de Ezo, os guerrilheiros seqüestraram 17 pessoas, sobretudo crianças e adolescentes. Dom Kussala disse que pouco depois do ataque, um dos jovens seqüestrados foi morto amarrado a uma árvore, com sinais de mutilação sobre o corpo. Somente três dos reféns conseguiram voltar para casa.
Um semana mais tarde, perto da cidade de Nzara, seis pessoas caíram num emboscada na floresta e foram mortas depois de serem presas num pedaço de madeira fixados no chão. Quem descobriu os corpos, vários dias depois, disse considerou a cena como uma monstruosa crucificação.
A Igreja Católica, junto com outras confissões religiosas do Estado de Equatoria Ocidental organizou três dias de oração e jejum para pedir o retorno da paz (ver Fides 7/9/2009).
“Mais de 20 mil pessoas percorreram mais de duas milhas descalços vestindo uma roupa de pano de saco e com a cabeça coberta de cinza em sinal de silencioso protesto pela falta de ação do governo em aumentar a segurança na região” – disse o bispo. “Os ministros do governo local, tanto da capital do Estado de Equatoria, Yambio, quanto em Juba, a capital do sul do Sudão, participaram da manifestação de oração e prometeram agir a fim de reforçar a presença da polícia na região”.
O LRA, que abandonou há muito tempo o norte de Uganda, se transferiu para o campo de ação numa área muito vasta, que compreende o nordeste da República Democrática do Congo, o sul do Sudão e o sul da República da África Central.
Além da Equatoria Ocidental, outros estados do sul do Sudão estão vivendo fortes momentos de tensão por causa dos confrontos entre algumas populações locais. (ver Fides 22/9/2009). (Agência Fides 23/9/2009)