ÁFRICA/MADAGASCAR - Mistério sobre a reunião de cúpula dos militares enquanto as partes políticas aparecem sempre mais divididas

Sexta, 18 Setembro 2009

Antananarivo (Agência Fides) – Horas de expectativas em Madagascar onde no dia 18, na capital Antananarivo, os militares se reuniram com os comandantes das unidades militares regionais. “Até agora não sabemos nada sobre a reunião”, disse à Fides uma fonte da Rádio Dom Bosco, a pais importante rádio católica de Madagascar. “Nos dias passados algumas vozes diziam que um grupo de militares estaria preparando um golpe militar. Vozes que não foram confirmadas, mas a reunião dos militares demonstra um índice de tensão crescente dentro do mundo militar”.
Os três ex-presidente Ratsiraka, Zafy e Ravalomanana ameaçaram criar instituições paralelas se Rajeolina não retornar às mesas de negociações para a atuação do Protocolo de Maputo (ver Fides 14/9/2009).
As divisões da oposição dão vantagem a Rajoelina que tomou o poder depois da demissão do ex-presidente Ravalomanana, sobre a pressão da população e do exército. Ele obteve grande consenso das ONU que o convidou a participar da Assembleia Geral da ONU, que se realiza em Nova Iorque. “O convite da ONU parece um amaciamento da posição da comunidade internacional em relação a Rajoelina”, afirma a fonte de Fides. “Na realidade mais do que a ONU ou a União Européia são a União Africana e a SADC a recusar o governo de Rajoelina. Isto porque a revolta da população malgaxe que impôs a Ravalomanana a pedir demissão, cria um perigoso precedente para os outros chefes de Estado africanos, que temem dever enfrentar a as população em revolta”. Se é verdade que em vários países africanos a democracia é respeitada, muitas vezes acontece que os presidentes conseguem permanecer no poder a vida, graças aos enganos e pressões de todos os tipos sobre o eleitorado. “Em Madagascar Ravalomanana foi contestado por boa parte da população por causa do conflito de interesse. Ele estava em primeiro lugar um empresário, que se servia do poder político para esmagar a concorrência. Um simples exemplo explica o conceito. Antes da queda do ex-presidente, nos mercados se encontrava somente uma marca de manteiga, produzido em suas empresas; agora ao invés se encontram dezenas de marcas diferentes”, conclui a fonte de Fides. (L.M.) (Agência Fides 18/9/2009)


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