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Libreville (Agência Fides) - Não são ainda conhecidos os resultados oficiais das eleições presidenciais realizadas ontem, 30 de agosto, no Gabão, mas cada um dos três principais candidatos afirma ser o vencedor.
André Mba Obame, ex-Ministro do Interior, reivindica a vitória em quatro das novas províncias do Gabão, que representam 62% do corpo eleitoral. Antes dele, havia reivindicado a vitória o opositor histórico, Pierre Mamboundou, assim como Ali Bongo, filho mais velho do falecido Presidente, Omar Bongo. As eleições presidenciais foram marcadas, de fato, logo após a morte de Omar Bongo, em 8 de junho (ver Fides de 10/6/2009), o decano dos Chefes de Estado africanos, que estava no poder ininterruptamente desde 1967.
Seu filho, Alì Bongo, ex-Ministro da Defesa, obteve a candidatura do ex-partido único, o Partido Democrático Gabonense (PDG), ao final de uma luta interna do clã do ex-residente. A longa permanência no cargo de Bongo, com efeito, criou um verdadeiro sistema de gestão do poder, no qual o interesse público confundia-se com o interesse privado do Presidente e do seu séquito composto por familiares e por seus colaboradores mais próximos.
Por esse motivo, os gabonenses foram às urnas com um sentimento que alternava a esperança de mudança e a resignação advinda da consciência de que esse sistema, consolidado em décadas de poder, dificilmente se desfaz em poucos meses.
AQ véspera das eleições foi marcada por polêmicas sobre a formação das listas eleitorais que incluem no total mais de 800 mil eleitores. Um número exagerado para a oposição, segundo a qual para um País de um milhão e meio de habitantes, muitos deles extremamente jovens, o número de eleitores estaria entre 500 mil e 700 mil pessoas. A oposição então anunciou temer pela possibilidade de fraudes por meio da manipulação das listas eleitorais.
Bongo, além disso, dispõe do aparato do Estado e de consideráveis recursos para promover a sua campanha eleitoral, enquanto que a oposição está dividida e fragmentada. No início da campanha eleitoral, apresentaram-se 23 candidatos à Presidência. Onze deles logo depois retiraram a sua candidatura para apoiar André Mba Obame. Esses são os principais de uma série de candidatos ligados ao “sistema Bongo” como ex-ministros e dirigentes de Estado.
O único candidato que pode reivindicar uma verdadeira oposição ao velho regime é Pierre Mamboundou, que por um longo tempo criticou Bongo.
O Gabão é o quarto produtor africano de Petrônio e o terceiro produtor mundial de manganês, mas é ao mesmo tempo um dos últimos Países na escala do índice de desenvolvimento humano (está no 124º lugar de 177). O maná petrolífero, de fato, não se traduz em um real desenvolvimento econômico e social. No Gabão faltam estradas, pontes, escolas e hospitais. (L.M.) (Agência Fides 31/8/2009)
