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Kinshasa (Agência Fides)- “Com o Santo Padre, queremos que o Ano Sacerdotal contribua para promover o empenho para sua renovação interior, a fim de tornar mais incisiva e mais vigorosa seu testemunho no nosso país e no mundo”, escrevem os Bispos da República Democrática do Congo aos sacerdotes, em sua mensagem para o Ano Sacerdotal. No texto, se destaca a necessidade de que os sacerdotes sejam, em primeiro lugar, testemunhas autênticas da fé, porque como afirmava o Papa Paulo VI, “o homem contemporâneo escuta mais as testemunhas do que os mestres ou, se escuta os mestres, é porque são testemunhas”.
Um testemunho ainda mais difícil na complexa sociedade congolesa, como destaca a mensagem: “Queridos irmãos no sacerdócio, estamos conscientes do fato de que vocês exercitam seu ministério em um mundo caracterizado por: a perda do sagrado; a invasão crescente das seitas; o pluralismo religioso; o esvaziamento dos valores morais e a inclinação a seguir antivalores, como a mentira, a divisão, o tribalismo, a xenofobia, a falta de respeito pela palavra dada e pelo bem comum, a perda do sentido da honra e da dignidade, a desonestidade, o permissivismo e a má gestão. Além disso, este contexto é marcado, há alguns anos, por algumas situações dramáticas de conflitos armados que provocam sofrimentos, por uma miséria e por uma pobreza indescritíveis, pela perda de poder de compra da população, assim como pela destruição das principais infraestruturas de base”.
“Apesar desta situação catastrófica, alguns de vocês deram prova, e continuam a dar, de coragem e de heroísmo exemplares. Pensamos em especial no Pe. Stefano Kaoze e no Pe. Charles Mbuya. Outros ainda, vítimas do ódio e de várias atrocidades, chegaram ao ponto de derramar o sangue para testemunhar a fé. Por fim, outros desafiam cotidianamente, no silêncio e na abnegação, provas de todo gênero. Esta é, para nós, a ocasião de oferecer uma calorosa homenagem a esses dignos filhos da nossa Igreja”.
Padre Stefano Kaoze (1885-1951) foi o primeiro padre congolês, ordenado em 1917, no leste do Congo (veja Fides 19/5/2007), enquanto o Padre Charles Mbuya foi o primeiro sacerdote do Kasai (Congo central), ordenado em 1934.
Ao lado dos sacerdotes que, com coragem, fazem todos os dias seu dever, os Bispos reconhecem que “existem, infelizmente, situações nunca suficientemente deploradas, onde a própria Igreja sofre pela infidelidade de alguns de seus ministros”.
“Por isso – prosseguem os Bispos –, exortamos a descobrirem, antes de tudo, e a viverem sempre melhor sua identidade sacerdotal, que está radicada na própria pessoa de Jesus Cristo. O Cristo, portanto, deve permanecer o referente em sua vida de todos os dias. Em outras palavras, vocês são chamados a ser testemunhas autênticas de Cristo”. Por isso, os sacerdotes são convidados a intensificar a oração e a viver em plenitude a comunhão hierárquica.
“O êxito de seu ministério depende de sua relação íntima com Cristo. Que este Ano Sacerdotal possa ser para vocês um ano de oração, de penitência e de mortificação, a exemplo de São João Maria Vianney. Neste caminho, que a Santa Virgem Maria, Mãe dos sacerdotes, e os bem-aventurados Marie Clémentine Anuarite e Isidore Bakanja nos mostrem que é o amor que conduz à fidelidade. Nós confiamos vocês a sua intercessão”, conclui a mensagem. (L.M.) (Agência Fides 20/7/2009)
