ÁSIA/PAQUISTÃO - Nova campanha de ameaças feita pelos talibãs contra comunidades e instituições cristãs

Lahore (Agência Fides) – Não obstante o exército regular paquistanês continue a ofensiva contra os grupos militares talibãs no vale de Swat, para restabelecer o controle estatal do território e colocar fim à imposição das práticas integralistas islâmicas sobre a população local, os talibãs não param de aterrorizar as minorias não muçulmanas: os militantes lançaram uma nova, maciça campanha de intimidação contra comunidade e instituições cristãs, e outras minorias religiosas, em todo o país.
Conforme informações obtidas pela Agência Fides da Igreja local, cartas de ameaças chegam a várias entidades, em várias cidades do Paquistão. “Rabita Manzil”, centro administrado pelo Departamento de Comunicações Sociais da Conferência Episcopal do Paquistão, receberam uma carta que diz: “Sabemos que vocês são cristãos. Portanto, vocês devem deixar esta área, converterem-se ao Islã e pagar 1 milhão e 500 mil rupias (cerca de 18.000 dólares) ou sereis atingidos por um atentado suicida”. Outras cartas parecidas foram enviadas à Igrejas (como a Catedral do Sagrado Coração em Lahore), associações e escolas católicas. Também as comunidades cristãs de outras confissões foram vítimas dessas ameaças.
As Igrejas cristãs, recentemente, levantaram a voz para sensibilizar toda a sociedade sobre o perigo intrínseco do extremismo religioso, não somente para as minorias de outros cultos, mas também para o tecido social próprio da sociedade, para a laicidade do estado, para os direitos de todos e para o sistema democrático.
Os cristãos se dizem “intensamente preocupados” uma vez que os talibãs trouxeram a confusão para toda a nação, pondo em discussão as bases e as raízes, assinalando que a questão das minorias religiosas, violentadas e discriminadas, diz respeito a todos, porque no futuro a violência poderá atingir qualquer outra comunidade de minoria, política ou social, que não se submeta às leis dos talibãs.
As Igrejas cristãs de todas as confissões, em plena sintonia e unidade, pedem ao governo uma reforma estrutural, nos âmbitos legislativo e político, para eliminar a possibilidade de que o extremismo religioso ocupe espaço no país.
Entre as manifestações programadas para sensibilizar sobre esses temas está um Dia pela Justiça social, que será celebrado, de forma ecumênica, no dia 16 de agosto. (PA) (Agência Fides 10/7/2009)