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Conakry (Agência Fides) – A República de Guiné não é mais somente um ponto de passagem de droga, sobretudo cocaína, destinada à Europa, mas se tornou um mercado para os narcotraficantes.
O apelo foi lançado pelo capitão Moussa Tiégboro, secretário encarregado da luta contra a droga, que nos dias passados visitou os únicos dois centros de recuperação de drogados existentes na Guiné. “Visitando estes centros senti uma profundo pesar pelo futuro e pela transformação da sociedade guineense. O flagelo da droga se tornou um problema preocupante. Penso que esta visita permitirá a todos avaliar a extensão do flagelo da droga em nosso país e talvez unir os esforços para desarraigar o fenômeno”, afirmou o capitão Tiégboro.
A diretora de um dos centro visitados pelo secretário de Estado de luta contra a droga, Mariame Baldé, afirmou no jornal “Guinéenews” que a maior parte de seus pacientes, com graves patologias psíquicas, contraíram a doença por causa do consumo de drogas. Até pouco tempo atrás era muito difundida a maconha, cultivada localmente. Nos últimos anos cresceu o consumo de heroína e cocaína, substâncias trazidas no país pelas organizações internacionais de narcotraficantes que se servem dos países da África ocidental como ponto de trânsito para a Europa. Os pacientes internados no centro tem de 20 a 35 anos de idade. A diretora do centro revela outro particular: o aumento de garotas que usam drogas. “Atualmente o centro está cheio. Temos mais de uma centena de jovens que fazem uso de drogas submetidos aos tratamentos de desintoxicação. Até o alguns anos atrás eram poucas as jovens. Infelizmente se constata que hoje esta tendência esteja mudando. Se três anos atrás as mulheres faziam uso de maconha, agora utilizam sempre mais drogas como cocaína e heroína, sobretudo”.
Uma tendência preocupante, ressalta Baldé, sobretudo pela função que as mulheres têm na sociedade guineense, sobretudo em nível educacional.
A luta contra a droga é uma prioridade da junta militar que tomou o poder com o golpe de Estado em dezembro de 2008 (ver Fides 15/6/2009). As autoridades guineense anunciaram a prisão de uma cidadão nigeriano, Obrain Sonadia, definido “um dos maiores negociadores do narcotráfico internacional”. Sonadia teria tentado entrar em acordo com Tiégboro: em troca de servir-se da Guiné como lugar de trânsito da cocaína destinada à Europa, a rede de narcotraficantes estaria disposta a financiar o budget do Estado e impedir a venda e o consumo de droga no território guineense. Depois de longas negociações, na esperança de serem presos outros componentes da rede de traficantes, o capitão Tiégboro prendeu o nigeriano.
Segundo o relatório anual de produção e o consumo de drogas no mundo (2009 World Drug Report. WDR), feito pelo Departamento das Nações Unidas para a luta contra droga e a criminalidade, no último ano diminuiu a quantidade de cocaína que transita na África ocidental rumo a Europa (ver Fides 25/6/2009). Uma inversão de tendência que para se tornar permanente deve ser acompanhada com medidas de apoio aos países africanos. (L.M.) (Agência Fides 2/7/2009)
