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Cidade do Vaticano (Agência Fides) – No domingo em que em diversos Países celebra-se o Corpus Domini, “a festa da Eucaristia, na qual o Sacramento do Corpo do Senhor é levado solenemente em procissão”, o Santo Padre Bento XVI mostrou o significado desta festa antes da oração do Ângelus.
Dirigindo-se aos fiéis reunidos na Praça São Pedro, domingo, 14 de junho, o Papa destacou que “o Corpus Domini é um dia que envolve a dimensão cósmica, o céu e a terra. Evoca antes de tudo – pelo menos no nosso hemisfério – esta estação tão bonita e perfumada em que a primavera anuncia o verão, o sol é intenso no céu e nos campos o trigo cresce. As festas da Igreja – assim como as judaicas – têm a ver com o ritmo do ano solar, da semeadura e da colheita. Em especial, isso é ressaltado na solenidade atual, em cujo centro está o pão, fruto da terra e do céu. Por isso, o pão eucarístico é o sinal visível d’Aquele no qual céu e terra, Deus e homem, tornam-se uma só coisa. E isso mostra que a relação com as estações não é para o ano litúrgico algo meramente exterior”.
Depois de ter explicado que a solenidade de Corpus Domini “está intimamente ligada à Páscoa e ao Pentecostes… Está, além disso, imediatamente ligada à festa da Trindade”, Bento XVI continuou: “o Corpus Domini é uma manifestação de Deus, uma prova de que Deus é amor. De um modo único e peculiar, esta festa fala-nos do amor divino, do que ele é e faz… O amor transforma qualquer coisa e, assim, entende-se que no centro da atual festa de Corpus Domini está o mistério da transubstanciação, sinal de Jesus-Caridade que transforma o mundo. Contemplando-O e adorando-O, nós dizemos: sim, o amor existe, e já que existe, as coisas podem mudar para melhor e nós podemos esperar… Desse Pão, todos nós necessitamos, pois é longo e cansativo o caminho rumo à liberdade, a justiça e a paz”. Assim, o Papa convidou a pedir a intercessão de Maria Santíssima, a "Mulher eucarística", para que aprendamos com Ela “a renovar continuamente a nossa comunhão com o Corpo de Cristo, para amarmos uns aos outros, assim como Ele nos amou”.
No final da oração mariana, o Santo Padre recordou a Conferência das Nações Unidas sobre a crise econômica e financeira e o seu impacto no desenvolvimento que será realizada em Nova York de 24 a 26 de junho, invocando para os participantes e os responsáveis pela coisa pública e das espécies do planeta, “o espírito de sabedoria e de solidariedade humana, para que a crise atual se transforme in oportunidade, capaz de favorecer uma maior atenção à dignidade de cada pessoa humana e promover uma distribuição igualitária do poder decisório e dos recursos, com especial atenção ao número, infelizmente sempre crescente, de pobres”. Então, o Pontífice continuou: “Nesse dia, em que na Itália e em muitas outras Nações celebra-se a festa do Corpus Domini, ‘Pão da vida’, como acabei de mencionar, desejo recordar especialmente as centenas de milhões de pessoas que assam fome. É uma realidade absolutamente inaceitável, que resiste a um redimensionamento apesar dos esforços das últimas décadas. Faço votos de que, por ocasião da próxima Conferência da ONU e na sede das instituições internacionais, se tomem providências partilhadas por toda a comunidade internacional e se adotem opções estratégicas, por vezes difíceis de aceitar, necessárias para assegurar a todos, no presente e no futuro, os alimentos fundamentais e uma vida digna”.
Bento XVI pediu orações de todos pelo Ano Sacerdotal, que terá início na próxima sexta-feira, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, coincidindo com o 150° aniversário da morte do Santo Cura d’Ars: “Que esse novo ano jubilar possa ser uma ocasião propícia para aprofundar o valor e a importância da missão sacerdotal e para pedir ao Senhor que doe à sua Igreja muitos e santos sacerdotes.” (S.L.) (Agência Fides 15/6/2009)
