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Toulon (Agência Fides) – “Eu, aqui na França, assisto os Rom. Eu sei, parece paradoxal que um estudante africano do Benin venha a Europa e ocupe-se de europeus que vivem situações de discriminação”. Assim fala Fernand Koko, africano, do Benin, que está se formando em Toulon, na França, e encontrou tempo e vontade para se colocar à disposição dos grupos mais marginalizados do continente europeu, os Rom. Estudante modelo e de grande cultura, Fernand descreve assim a sua experiência: “Fazer conviver rom e franceses não é fácil. Na África não se faz distinção entre franceses, italianos, poloneses… para nós são todos brancos. A língua nos faz entender a nacionalidade. Antes acreditava que fossem os africanos a serem mais criminalizados, não achava que houvesse outras comunidades como os Rom. Quando percebem que trabalho entre os Rom todos dizem: ‘Ah, você é corajoso!’. Os Rom, de fato, são descritos como ladrões, falsos… tudo isso que é negativo nessa vida é atribuído aos Rom. O próprio voluntário com quem trabalho não confiava nos Rom, mas depois confiou ao ver a sua acolhida. Também me contaram tudo o que sofreram com o comunismo. A um deles eu disse: ‘Visto que sofri aqui na França, que as pessoas não querem saber de vocês Rom, porque não voltam para a Romênia ?’ e ele me respondeu: ‘Mas não, Fernand, não podemos, aqui pelo menos encontramos o que comer nas marmitas!’.” (Antecipação do programa televisivo “A mala com barbante”: 4 capítulos de uma pesquisa sobre a emigração no mundo que serão transmitidos pela Rai Uno a partir de 29 de junho). (Agência Fides 5/6/2009)
