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Abuja (Agência Fides) – São pelo menos 70 os mortos da ofensiva militar no Delta do Níger, no sudeste da Nigéria, contra os rebeldes do Movimento para a Emancipação do Delta do Níger (MEND). Entre as vítimas, 15 são soldados, 42 são rebeldes e 13 são civis. Um balanço ainda em andamento.
O grupo rebelde é famoso em todo o mundo pelo seqüestro de funcionários das companhias petrolíferas internacionais que atuam na área. Os rebeldes afirmam agir desse modo para reivindicar os direitos das populações locais que pagam com a poluição dos campos e das águas a extração do petróleo, recebendo em troca somente uma parte ínfima dos lucros petrolíferos. Os habitantes da área, que vivem da agricultura e da pesca, vêem, de fato, as suas atividades econômicas comprometidas pela poluição provocada pela extração do petróleo.
Diante dos contínuos ataques dos guerrilheiros, que causam uma grande redução dos rendimentos petrolíferos, o governo federal nigeriano criou uma unidade militar específica para perseguir os homens da guerrilha. É justamente essa força de elite, apoiada pela aeronáutica e a marinha, que conduz a ofensiva destes dias. O governador do Estado do Delta, o principal teatro dos conflitos, pediu ao Presidente nigeriano, Umaru Yar'Adua, que cesse as operações militares no reino de Gbaramatu, situado no próprio Estado, para acabar com os sofrimentos dos civis.
Em resposta à ofensiva militar, o MEND declarou guerra total na região, e alertou as companhias petrolíferas para a retirada dos funcionários e a interrupção da produção. O movimento também afirmou que durante o ataque realizado pelo exército contra o Campo 5, uma das suas instalações mais importantes, alguns reféns foram assassinados. Um porta-voz militar afirmou que o Campo 5 foi conquistado e desmantelado pelos militares, que confiscaram muitas armas e munições. Os rebeldes, que dão muita atenção aos meios de comunicação (o MEND é famoso por enviar aos jornalistas comunicados de imprensa por e-mail), logo responderam avisando que, simplesmente, se deslocaram para outro dos 500 campos que, segundo eles, possuem na região. Além disso, o MEND afirma ter explodido duas instalações estratégicas, um oleoduto e um gasoduto. Este último é muito importante porque fornece o gás às centrais elétricas do País, e agora há risco de um Black out nacional. O exército, porém, desmentiu que estas duas instalações tenham sofrido danos graves. (L.M.) (Agência Fides 20/5/2009)
