VATICANO - A crise econômica e social coloca em discussão os direitos fundamentais do ser humano

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A base dos direitos humanos foi a mensagem de Cristo que a Igreja interpretou com várias noções que surgiram no mundo cristão com a idéia da pessoa, com a idéia da liberdade como componente essencial do homem”. É o que afirmou Dom Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, apresentando as conclusões da XV sessão plenária dos trabalhos da academia, que teve como tema “A doutrina social católica e os direitos humanos”.
Na coletiva de imprensa, realizada na Sala de Imprensa da Santa Sé, estavam presentes a professora Mary Ann Glendon, Presidente da Academia, e a professora Ombretta Fumagalli Carulli, docente de Direito Canônico na Universidade de Milão. A Glendon ressaltou como no mundo subsistem ainda numerosos problemas em relação à tutela dos direitos humanos e antecipou que, para o próximo ano, os trabalhos serão centralizados sobre o tema da crise econômica e suas repercussões sociais.
O Santo Padre recebeu na audiência de 4 de maio os participantes dos trabalhos da assembléia plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais e recordou a necessidade de promover o respeito pelos direitos humanos para realizar uma sociedade mais justa, no sulco da tradição cristã que desde sempre afirmou que os direitos fundamentais devem ser mantidos e reconhecidos universalmente porque inerentes à natureza própria do ser humano criado à imagem e semelhança de Deus (ver Fides 5/5/2009).
Durante a coletiva de imprensa foi ressaltado que é preciso reconhecer a primazia da ética sobre política e a primazia da política sobre a técnica. Neste âmbito foram evidenciados dois problemas: o da dívida externa dos países subdesenvolvidos, que esperam há muito tempo uma solução melhor. Em segundo lugar, a crise financeira atual, caracterizada pela sigilo financeiro que produziu grandes problemas e atingiu os anéis mais fracos da sociedade. Por isto entre os temas tratados durante o debate esteve também o do possível envolvimento da Corte Internacional sobre tais questões, como se tratasse de uma forma inédita de violação dos direitos humanos. (Mtp) (Agência Fides 7/5/2009)