AMÉRICA/ARGENTINA - "A vida nova de Cristo Ressuscitado possui em si mesma a força e a criatividade para enfrentar as crises atuais": Carta de Páscoa dos Bispos da Patagônia

Patagônia (Agência Fides) - Os Bispos da região da Patagônia (diocese de Comodoro Rivadavia, Viedma, San Carlos de Bariloche, Neuquén, Alto Valle do Río Negro, Río Gallegos) pedem a todos os fiéis nesta Páscoa "que renovem a vocação de ser comunidade que crê na vida e traz dia após dia algo de novo".
Na Carta de Páscoa os Bispos denunciam a grave crise enfrentada por nós, "que atenta contra o anseio de dignidade presente no coração de cada ser humano". Crise que na região Patagônica “está acentuando novamente as carências, muitos estão abandonados à própria sorte, sem proteção, com todas as consequências que isso implica".
"Nesse momento da nossa história - afirmam os Bispos – em que aumenta a exclusão e a falta do sentido da vida, surgem muitos medos que não ajudam encontrar solução para os nossos problemas". Entre esses medos destacam: o sentimento de muitos que não têm lugar na sociedade; o sonho irrealizável de ter a própria casa, uma casa digna; os muitos vícios a que muitos recorrem para fugir desta realidade social; salários que não atendem às necessidades diárias de uma família; a violência, disseminada em todos os níveis, impõe-se como único caminho para se obter qualquer coisa.
Mas diante de tantos medos e angústias, os Bispos recordam a todos os fiéis as palavras do Evangelho: "Não temeis" porque "a vida nova de Cristo Ressuscitado nos permite superar o medo no caminho do amor que nasce da fé" e "possui em si mesma a força e a criatividade para enfrentar as crises atuais".
Os Bispos concluem com um apelo a todos os fiéis para que restrinjam o individualismo, a indiferença, o egoísmo e ambição de acumular riquezas ou poder; estimem a presença real de Jesus Cristo vivo e ressuscitado na Eucaristia; estarem próximos daqueles que sofrem; trabalhem contra as causas profundas de tanto sofrimento e medo para muitos irmãos e irmãs. "Assim, não seremos cúmplices com os nossos silêncios ou omissões, de humana realidade que marginaliza, exclui e priva muitos da vida verdadeira que Deus quer para todos os seus filhos". (RG) (Agência Fides 7/4/2009)