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Buenos Aires (Agência Fides) - Os Bispos da Argentina, no final da reunião da Comissão Permanente realizada nos dias 24 e 25 de março, lançaram um apelo ao diálogo para evitar que se dissemine no País um clima de violência. Durante o Encontro, do qual participaram vinte Bispos, foram abordados vários temas eclesiais e também questões conjunturais como a realização das eleições, o desemprego na agricultura e a onda de insegurança. Os Bispos analisaram também a situação do País por meio de uma “troca pastoral”.
No documento final, de título “Fortalecer a amizade social”, os Bispos dirigem um apelo a todos os cidadãos para que fortaleçam a amizade social e as instituições da Pátria, porque “quando prevalecem interesses particulares sobre o bem comum, ou quando o afã do domínio se impõe acima do diálogo e da justiça, diminui a dignidade das pessoas, e inevitavelmente aumenta a pobreza nas suas diversas manifestações”.
Os Bispos acrescentam que “toda democracia sofre momentos de conflito”. Apesar de nesses momentos o caminho mais fácil seja alimentar o conflito, contudo, “o modo mais sábio e oportuno para preveni-los e enfrentá-los é obter consenso através do diálogo”. A esse propósito, os signatários reiteram que nesse difícil momento “somente o diálogo tornará possível o alcance de novos acordos para projetar o futuro do País e um País com futuro. Isso é fundamental nessa época, em que a crise da economia global implica no risco de um novo crescimento da desigualdade e nos faz ter consciência da dimensão social e política do problema da pobreza”.
Recordam também que “a ameaça do possível aumento da pobreza, nos próximos meses, representa o maior desafio social que temos deve ser enfrentada por meio de uma gestão solidária do setor público e do privado. A Argentina cresce somente com o esforço, a unidade e a solidariedade de todos os argentinos”.
Diante dessa situação, os Bispos “com sincero amor pela nossa Pátria e espírito de serviço”, lançam um apelo a todos os cidadãos para “evitarem as atitudes que dividem e que, como tais, geram um clima de conflito propício à violência. O momento atual pede diálogos sinceros e transparentes, reconciliação dos argentinos e busca de consensos que fortaleçam a paz social”.
Há algum tempo, com efeito, espalhou-se no País um clima de forte tensão, alimentado pelo conflito existente no setor agro - alimentar e pelos preparativos da campanha eleitoral, junto com a onda de insegurança nas principais cidades. Desde sábado passado, os produtores fazem uma greve comercial, a sétima desde que começou o conflito em março de 2008 e a segunda deste ano de 2009. Os grevistas bloquearam totalmente ou parcialmente dezenas de vias do País. A discrepância entre a Igreja e o Governo tem a ver, também, com a polêmica surgida após a decisão de Cristina Fernández de antecipar para junho as eleições legislativas inicialmente marcadas para outubro. A proposta, apoiada pela Câmara dos Deputados, mas com a desaprovação da oposição, poderia ser aprovada definitivamente na próxima quinta-feira pelo Senado, com o voto do grupo de maioria do governo e dos seus aliados.
Durante a reunião os Bispos também estudaram o Documento de Aparecida e as ações para levar adiante a Missão Continental em cada Diocese. Os Bispos dedicaram também boa parte das sessões à troca de impressões obre a recente visita Ad limina, que um primeiro grupo guiado pelo Card. Bergoglio realizou entre 7 e 14 de março. Enfim, foram nomeados os Secretários executivos das Comissões Episcopais, e os peritos que nela trabalham. A reunião foi concluída com as relações das várias Comissões Episcopais. (RG) (Agência Fides 26/3/2009)
