Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Jerusalém (Agência Fides) – O recente conflito de Gaza deixou marcas indeléveis e dolorosas feridas na população civil da Faixa, principalmente nas crianças: é o que afirma o staff da Caritas de Jerusalém que, depois de obter a permissão necessária das autoridades israelenses, iniciou a assistência humanitária em benefício da população civil de Gaza, depois dos dias de guerra de janeiro passado. Na Faixa atuam atualmente 5 equipes médicas da Caritas, dispostas em cinco localidades diferentes, que estão dando assistência médica aos feridos e aos doentes mais graves, e assistência psicológica pós-trauma principalmente para as crianças.
Nos postos médicos, com efeito, os agentes da Caritas têm a oportunidade de monitorar a situação da população de Gaza e de perceber as necessidades existentes no território.
A necessidade de assistência médica é primária, observa um relatório da Caritas, uma vez que 40% dos hospitais e das clínicas do território foram atingidas pelos bombardeios e muitas pessoas feridas ou doentes morrem por falta de tratamento adequado.
Além disso, os agentes da Caritas ressaltam que a população é submetida já há anos a um stress psicológico muito forte, devido às difíceis condições de vida, o isolamento do exterior, o desemprego, a pobreza, a sensação de impotência. A recente guerra complicou ainda mais um quadro já grave, criando nas pessoas – principalmente nas crianças e idosos – doenças psicológicas como depressão, ansiedade, traumas emocionais que levaram, em muitos casos, à destruição das famílias e à violência doméstica. Os efeitos danosos e as destruições da guerra, destaca a Caritas, são notadas não só no aspecto econômico, mas também nos aspectos psicológico e social.
Muitos traumatizados – observam os agentes da Caritas após uma pesquisa de campo – são as crianças, que sofrem de distúrbios alimentares, insônia, medo crônico, desorientação e necessitam de uma adequada terapia psicológica para recuperar a confiança em si mesmo e no mundo ao redor. A Caritas tem programado, assim, um fortalecimento da assistência psicológica, especialmente a infantil.
As condições de vida de milhares de famílias, que até agora não têm um teto e são obrigadas a viver em tendas, não ajuda a melhorar as condições materiais e psicológicas das pessoas doentes ou traumatizadas pelo conflito: atualmente os deslocados internos em Gaza são cerca de 16 mil, divididos em 10 campos de refugiados.
Por isso, a Caritas reitera o apelo para a assistência humanitária, “que é crucial nesta fase” e para um plano de ajuda para a reconstrução e o desenvolvimento da Faixa. (PA) (Agência Fides 24/3/2009)
