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Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O Evangelho de Marcos, proclamado neste período do Ano em nossas igrejas, nos faz contemplar a beleza da extraordinária obra de Jesus Redentor que cura os doentes, liberta os endemoninhados, pacifica com a sua palavra as mentes e os corações, infundindo nos corações rios de amor com a sua salvífica presença.
A existência humana passa por várias provações, entre elas a doença física, psíquica, moral e espiritual. Assim, o Senhor, percorre também todas as estradas do mundo para “impor” as suas mãos e nos curar, a fim de “proclamar” a Boa Nova e a nos educar, para “expulsar” o maligno e nos libertar, para “interceder” em nosso favor e nos atender ... Jesus é sempre o mesmo ontem, hoje e sempre. Não faz distinção de pessoas, não precisa de favores das pessoas, para intervir pede somente o ato de fé em sua Onipotência.
Não devemos nos esquecer que junto com as curas físicas, existem outros tipos de milagres que o Senhor realiza naqueles que recorrem a Ele; existem outros modos de intervenção divina que, se não mudam a situação dolorosa, a tornam porém suportável e a transformam num bem superior para as pessoas envolvidas que, na fé profunda, aprenderam a unir a sua dor à dor de Jesus a Cruz. Ele tomou sobre si todo o nosso sofrimento para nos tirar do domínio do mal e nos imergi-lo no oceano do Amor de Deus. É o amor divino que o transforma e nos transforma. Quem sofre e se oferece a Jesus Cristo no amor, se encontrará no centro da Redenção universal e irá saborear a consolação de viver em comunhão especial com o Redentor do mundo em benefício da própria salvação e também da dos outros, podendo afirmar como São Paulo: “Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Col 1, 24).
Jesus, em sua Igreja, está vivo e age, em primeiro lugar, por meio dos sacramentos administrados pelos sacerdotes que, em virtude da ordenação sacerdotal, “agem in Persona Christi”. Esta ação sacramental de Cristo, por meio da Igreja, atinge a sua plenitude na Santíssima Eucaristia. Quantos milagres visíveis e invisíveis acontecem durante a Santa Missa ou durante a bênção Eucarística ou durante uma fervorosa oração diante do Tabernáculo!
Que grande mistério é o da Igreja em que todos os batizados, formam um só corpo, o corpo místico de Cristo, como nos descreve o Apóstolo Paulo em sua cartas: “há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está presente em todos” (Ef 4, 4-6).
Jesus testemunha o Evangelho, realiza o milagre lá onde existe fé Nele, onde o homem abre o seu coração com humildade e confiança. Quantas vezes o próprio Evangelho de Marcos fala dos milagres de Jesus simplesmente descrevendo o que aconteceu naquela época.
“E, quando já estavam no outro lado, dirigiram-se à terra de Genesaré, e ali atracaram. E, saindo eles do barco, logo o conheceram; E, correndo toda a terra em redor, começaram a trazer em leitos, aonde quer que sabiam que ele estava, os que se achavam enfermos. E, onde quer que entrava, ou em cidade, ou aldeias, ou no campo, apresentavam os enfermos nas praças, e rogavam-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua roupa; e todos os que lhe tocavam saravam” (Mc 6, 53-56).
“Todos procuram Jesus” (Mc 1, 37) e Ele se faz encontrar, ontem como hoje, por aqueles que acreditam Nele. Os que não se interessam por ELE, não são forçados pelo Senhor que não é insistente, e não invade os corações, não causa conflitos como nós, quando nos sentimos rejeitados ou circundados por indiferenças. O Senhor é “paciente e misericordioso, rico de graça. O Senhor é bom para todos, e as sua misericórdia se estende sobre todas as suas criaturas” (Sal 144, 8-9).
Quem o procura o encontra e muitas vezes o homem o procura inconscientemente. O Senhor se deixa encontrar com facilidade. Às vezes este “encontro” com Ele acontece “por acaso”, mesmo se o caso não existe porque existe a Providência, outras vezes acontece depois de um longo percurso de busca, como aconteceu com os Sábios do Oriente.
Com a luz da fé amadurecida no tempo, o fiel que olha um retrospectiva a sua vida e observa os eventos até mesmo dolorosos, que o caracterizaram se encontra, reconhece muito mais do que no passado, a inconfundível presença de Jesus que guiou tais eventos. Um canto espontâneo sai do coração, um hino de louvor se levante a Deus pelos benefícios recebidos, que se tornam sempre mais numerosos, com o crescimento da fé. Quanto mais se crê, mais se ama, mais se reconhece a obra de Deus em sua própria vida: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios. É ele que perdoa as tuas faltas, e sara as tuas enfermidades. É ele que salva tua vida da morte, e te coroa de bondade e de misericórdia. É ele que cumula de benefícios a tua vida, e renova a tua juventude como a da águia” (Sal 102, 1-5). (Agência Fides 13/2/2009)
