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Caracas (Agência Fides) – O Conselho Nacional de Leigos da Venezuela, através de um comunicado de 6 de fevereiro, denunciou “a situação conflituosa de violência que aumenta no país, não somente contra a vida das pessoas, mas até mesmo contra os valores religiosos e as instituições” e promoveu para quarta-feira dia 11 de fevereiro uma Dia de Oração pela Paz.
No país, por causa da forte polêmica em relação ao referendo de domingo 15 de fevereiro sobre a reeleição indefinida do Presidente e de outros cargos de governo, o clima se tornou incandescente.Grupos contrários ao governo, nas últimas semanas atacaram as sedes das instituições políticas e religiosas, entre elas a Nunciatura Apostólica, com lanços de gás lacrimogêneo; profanaram a Sinagoga de Caracas e, no mesmo fim de semana, uma paróquia na zona oriental da Capital.
“Como católicos venezuelanos, lê-se no comunicado, condenamos o desprezo da vida humana, a idéia que a vida não valha nada, o assassinato e a prática de seqüestro. Rejeitamos os discursos violentos, provenientes de qualquer parte, cheios de palavras de ódio que levam à divisão entre os venezuelanos”.
Ao mesmo tempo condenamos novamente os reiterados ataques contra a Nunciatura Apostólica, considerados “não somente uma agressão contra uma embaixada, mas sobretudo, um ofensa direta ao Santo Padre e a toda comunidade católica”. Expressam então o desapontamento em relação “às constantes ofensas e ameaças contra a Conferência Episcopal e outros representantes da Igreja Católica” e “a profanação da Sinagoga Tiferet de Caracas e todos os ataques recentes à comunidade judaica, comportamentos anti-semitas nunca vistos até agora na Venezuela”.
Depois de ressaltar que “a religião é parte essencial da cultura dos povos”, os signatários recordam que o “Estado tem o dever de respeitar a liberdade religiosa, que é um direito fundamental reconhecido não somente em nossa Constituição, mas em todos os instrumentos internacionais sobre direitos humanos”. “Os atos violentos não correspondem à opinião do povo venezuelano, de sua natureza pacífica, tolerante e acolhedora”, continua o texto.
A seguir, o Conselho Nacional de Leigos manifesta o desejo de “construir um futuro de convivência pacífica baseado sobre valores humanos, civis e religiosos que constituem o núcleo mais profundo de nossa nacionalidade”, que somente será obtido através da conversão do coração, a reconciliação e o perdão.
Diante desta situação de violência que o país está atravessando, convidamos os católicos e todos os irmãos cristãos e de outras confissões e todas as pessoas de boa vontade, a um Dia Nacional de Oração pela Paz na Venezuela, na quarta-feira, 11 de fevereiro, Festa de Nossa Senhora de Lourdes.
O arcebispos de Caracas, o Cardinale Jorge Urosa Savino, expressou a sua deploração pelos atos vandálicos perpetrados contra a igreja de San José di Chacao, onde foram queimados as portas principais de ingresso à igreja e uma das laterais. Depois dos acontecimentos, o arcebispos chamou os católicos do país a “defenderem as nossas igrejas e a nossa fé”. Ao mesmo tempo sublinhou a importância que os católicos se unam: “façam respeitar as nossas igrejas, ajudando para que não tenham violências em nenhuma ocasião”.
O cardeal manifestou também a esperança que a campanha eleitoral antes do referendo de 15 de fevereiro se conclua em paz e que essa paz se difunda sobre todo o território nacional e junto a seus habitantes. Recordou ainda a todos que é preciso ir votar com um grande liberdade de consciência e com grande segurança”, reconhecendo que se trata de um “momento muito importante na vida da nação”. (RG) (Agência Fides 10/02/2009)
