VATICANO - O Papa no Angelus repete aos imigrantes as palavras do apóstolo Paulo: “na Igreja vós não sois estrangeiros nem hóspedes, mas fazeis parte da família de Deus”; convida “acompanhar com a oração os esforços para terminar como a tragédia” na Faixa de Gaza e recorda que “o empenho ecumênico é ainda urgente hoje, para dar à nossa sociedade um sinal e um impulso rumo à reconciliação e a paz”

Segunda, 19 Janeiro 2009

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – No Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, domingo 8 de janeiro, o Santo Padre Bento XVI retomou em seu discurso antes do Angelus, a sua mensagem por ocasião do Ano Paulino, “pensando em São Paulo como grande missionário itinerante do Evangelho”, tem como tema: “São Paulo migrante, Apóstolo dos Gentios”. “Paulo se torna ‘embaixador’ de Cristo ressuscitado para que todos possam conhecê-lo, na convicção que Nele todos os povos são chamados a formar a grande família de filhos de Deus”, disse o Papa antes de recitar a oração mariana. “Esta é também a missão da Igreja, sobretudo em nosso tempo de globalização. Como cristãos, não podemos não advertir a necessidade de transmitir a mensagem de amor Jesus especialmente àqueles que ainda não o conhecem, ou se encontram em situações difíceis e dolorosas”.
Dirigindo o pensamento aos imigrantes, Bento XVI sublinhou que a sua realidade “em alguns casos, graças a Deus, é serena e bem integrada; outras vezes, infelizmente é penosa, difícil e até mesmo dramática”. O Papa assegurou que “a comunidade cristã olha cada pessoa e toda família com atenção e pede a São Paulo a força de uma renovada mudança que favoreça, em toda parte do mundo, a pacífica convivência entre homens e mulheres de etnias, culturas e religiões diferentes”.
Então lembrou que todos os cristãos, segundo a própria vocação, no lugar onde vivem e trabalham, são chamados a testemunhar o Evangelho, “com um zelo maior pelos irmãos e irmãs que de outros países, por diferentes motivos, vieram viver em nosso meio, valorizando assim, o fenômeno das migrações como ocasião de encontro entre civilizações”. O Santo Padre convidou a rezar e a agir “para que isso aconteça sempre de maneira pacífica e construtiva, no respeito e no diálogo, prevenindo toda tentação de conflito” e enfim acrescentou “uma palavra especial para os marítimos e os pescadores, que vivem passam por vários problemas. Além das cotidianas dificuldades, eles passam por restrições para acolher a bordo os capelães, como também enfrentam os riscos de uma pirataria e os danos da pesca ilegal”.
Depois do Angelus o Pontífice voltou a falar do conflito na Faixa de Gaza com estas palavras: “Continuo seguindo com profunda amargura o conflito na Faixa de Gaza. Recordamos também hoje ao Senhor as centenas de crianças, anciãos, mulheres, vítimas inocentes da violência, os feridos, aqueles que choram por seus entes queridos e os que perderam seus bens. Convido-os, ao mesmo tempo, a acompanhar com oração os esforços que numerosas pessoas de boa vontade estão realizando para deter a tragédia. Espero profundamente que se saiba aproveitar, com sabedoria, as primeiras aberturas de trégua e encaminhar-se para soluções pacíficas e duradouras. Neste sentido, renovo meu alento àqueles, por uma e outra parte, que acreditam que na Terra Santa há espaço para todos, para que ajudem seus povos a voltar a levantar-se dos escombros e do terror e retomar valentemente o caminho do diálogo na justiça e na verdade. Este é o único caminho que pode abrir efetivamente um porvir de paz para os filhos desta querida região!
Recordando a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que teve início no dia 18 e se concluirá no próximo domingo, 25 de janeiro, o Santo Padre citou o tema deste ano, sugerido por um grupo ecumênico da Coréia, extraído do Livro do Profeta Ezequiel: "Estarão unidas em tua mão" (37, 17). Acolhamos também este convite e rezemos com maior intensidade para que os cristãos caminhem decididamente para a plena comunhão entre si. Dirijo-me particularmente aos católicos espalhados pelo mundo para que, unidos na oração, não se cansem de trabalhar para superar os obstáculos que ainda impedem a plena comunhão entre todos os discípulos de Cristo. O compromisso ecumênico é ainda hoje mais urgente para dar à nossa sociedade, marcada por trágicos conflitos e por dilacerantes divisões, um sinal e um impulso para a reconciliação e a paz. Concluiremos esta Semana de Oração na Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros, com a celebração das Vésperas, domingo próximo, memória da Conversão de São Paulo, que fez da unidade do corpo de Cristo um núcleo essencial de sua pregação.
Ao final da saudação em várias línguas, Bento XVI s dirigiu aos representes das comunidades católicas migrantes presentes em Roma: “Queridos amigos, repito a vocês as palavras do apóstolo Paulo: “na Igreja vós não são estrangeiros nem hóspedes, ma fazeis parte da família de Deus”. Saibam inserir bem na comunidade eclesial e civil, com a riqueza de sua fé e de suas tradições”. (S.L.) (Agência Fides 19/1/2009)


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