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Davao (Agência Fides) – Líderes religiosos cristãos e muçulmanos, jovens, professores e acadêmicos, docentes das escolas e assistentes sociais, catequistas: todos unidos para oferecer uma esperança de paz na ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, por ocasião do Natal. É o desejo expresso no encontro inter-religioso da sociedade civil da ilha, que se concluiu no dia 23 de dezembro na cidade de Davao, patrocinada pela Bishop-Ulama Forum”, organização que reúne bispos cristãos e os ulemás muçulmanos, criada em 1996.
Depois de três dias intensos de consultas e debates, de escuta de pessoas de várias e diversas comunidades religiosas e organizações que trabalham em Mindanao, todos concordaram sobre a necessidade de um esforço comum para reconstruir a harmonia inter-religiosa e social na ilha.
A assembléia pediu uma retomada das negociações de paz entre governo e grupos de guerrilheiros fundamentalistas islâmicos, depois das tratativas ocorridas em agosto passado e o recomeçar dos conflitos militares que tantas dificuldades está causando à população civil, sobretudo no extremo sul da ilha e no arquipélago das Sulu, a coroa de ilhas perto de Mindanao.
O instrumento principal individuado pela assembléia foi o diálogo, como base de toda relação humana, do recíproco conhecimento, do esclarecimento das próprias e outras motivações e exigências. Cristãos e muçulmanos, indígenas lumads, presentes no encontro de Davao manifestaram a boa vontade de “colocar em discussão e entrar em empatia com as outras comunidades”, para promover reconciliação e paz. As festividades cristãs do Natal pode ser uma ocasião de fraternidade e de paz em Mindanao: “No Natal deponhamos as armas”, exortou a assembléia, pedindo uma trégua dos confrontos.
“Existe o grande perigo de que a violência se estenda por toda a sociedade e se torne endêmica, criando ódio e inimizade entre as famílias e as várias comunidades. Existe o perigo de que a suspeita se espalhe entre os moradores da ilha. É preciso terminar com essa espiral de violência e de vingança, antes que o tecido social de Mindanao seja destruído e poluído”, disseram os presentes numa mensagem final.
Entre as iniciativas oportunas e necessárias para construir o diálogo e a paz em Mindanao, todos pediram mais freqüentes encontros de confronto e de oração para confiar a Deus os problemas de Mindanao e dar atenção novamente aos valores espirituais que podem cativar o coração e criar solidariedade e fraternidade. Este comportamento deve ser construído em todos os níveis: nas escolas, nos povoados, nas comunidades, nas diferentes províncias e regiões. “Sem se distanciar nunca da repudiar a violência e escolher o amor, a dignidade, os direitos, o respeito pelo outro, a igualdade”, sublinhou o sacerdote católico, Pe. Shay Cuellen, empenhado na organização “Preda”, em sua mensagem por ocasião do Natal 2008. (PA) (Agência Fides 23/12/2008)
