ÁFRICA/UGANDA - Ofensiva conjunta de Uganda, Congo e Sul do Sudão contra a sede congolesa dos rebeldes ugandeses do LRA

Segunda, 15 Dezembro 2008

Campala (Agência Fides) – “As Forças Armadas de Uganda (UPDF), República Democrática do Congo (FARDC) e do Sul do Sudão (SPLA), num operação militar conjunta, na manhã do dia 14 de dezembro atacaram os terroristas do grupo Exército da Resistência do Senhor (LRA), chefiado por Joseph Kony, ma floresta de Garamba, na República Democrática do Congo (RDC)”, afirma um comunicado do exército ugandense. “As três forças armadas atacaram com sucesso o campo principal de Kony, que tem o nome de Swahili, incendiando-o”, ressalta a declaração feita á imprensa e assinada pelos chefes do exército de Uganda, RDC e Sul do Sudão.
A importância atribuída aos militares a esta declaração deixa entender que provavelmente na preparação e na execução destas operações esteja envolvida a Tripartite Fusion Cell (TFC), uma entidade formada pela Uganda, RDC e Ruanda, encarregada de organizar os dados sobre os grupos armados locais, definidos, “forças negativas”, porque se opõem à plena pacificação da área dos Grandes Lagos. A TFC tem sede em Kisangani, na RDC e recebeu a ajuda do governo dos Estados Unidos (ver Fides 28/5/2007).
Trata-se de um desenvolvimento dramático se pensamos que no final de novembro, Riek Machar, vice-presidente sudanês (e homem forte do Sul do Sudão), encarregado de mediar entre o líder do LRA, Kony e o governo ugandense, declarou que existiam fortes indicações de que o chefe dos rebeldes ugandenses, por várias vezes, teve a intenção de assinar o acordo de paz, que deveria ter assinado em 10 de abril, mas a assinatura foi prorrogada no último momento (ver Fides 11/4/2008).
Os guerrilheiros do LRA são ativos não somente ao norte de Uganda, mas também no nordeste da RDC (onde se encontra a sua direção), no Sul do Sudão e até mesmo na República Centro-Africana. Em junho de 2008 foi anunciada uma “guerra regional” contra o LRA (ver Fides 4/6/2008), com a participação das forças armadas ugandenses e do Sul do Sudão, apoiadas pela missão da ONU no Congo, MONUC. A ofensiva verdadeira iniciou em dezembro pois antes se tentou retomar as negociações. O LRA reagiu às ofensivas militares afirmando que se trata de uma violação do cessar-fogo assinado pelo governo e de “uma tragédia para o país”. (L.M.) (Agência Fides 15/12/2008)


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