VATICANO - Na embaixada da Itália junto à Santa Sé o Papa recorda a distinção e a autonomia entre Estado e Igreja, que “não somente a Igreja reconhece e respeita, mas se alegra e considera um grande progresso da humanidade e uma condição fundamental para a sua própria liberdade e a plenitude de sua missão universal de salvação entre os povos”

Segunda, 15 Dezembro 2008

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Na manhã de sábado, 13 de dezembro, o Santo Padre Bento XVI visitou a Embaixada da Itália junto à Santa Sé. O crucifixo de madeira que Michelangelo teria feito quando era jovem e recentemente adquirido pelo Estado Italiano, foi apresentado no sábado dia 13, ao Papa durante a sua visita. A embaixada italiana durante uma coletiva de imprensa de apresentação da obra de Michelangelo apresentou um livro sobre os Papas e o Palácio Borromeo, sede da embaixada.
Na capela da Embaixada, recém restaurada, na presença dos funcionários da embaixada e de seus familiares e depois de fazer um breve momento adoração ao Santíssimo Sacramento, o papa proferiu um discurso de saudação em que lembrou a figura de São Carlos Borromeo, a quem é dedicada a capela. Borromeo junto com seu irmão Federico,receberam como dom todo o prédio do tio, o Pontífice Pio IV. O Papa sublinhou que a maturação espiritual de Borromeo, o levou a uma profunda conversão marcada por uma decidida escolha evangélica. A vida de São Carlos Borromeo, sublinhou, mostra como a graça divina possa transformar o coração do homem e torná-lo capaz de um amor para os irmãos até o sacrifício de si”.
No salão da Embaixada, se realizou o encontro oficial. Em sua alocução Bento XVVI recordou as visitas de seus predecessores que visitaram o palácio: o servo de Deus Pio XII (1951), Paulo VI (1964) e João Paulo II (1986). Depois de ter citado os recentes encontros com o presidente da República italiana, o Pontífice retomou o que afirmara ao Quirinal, sede da presidência da República Italiana, no último dia 4 de outubro: “na cidade de Roma convivem pacificamente e colaboram frutuosamente o Estado Italiano e a Sé Apostólica”.
O Papa reconheceu a importante função “que realizou e realiza a Embaixada da Itália nas intensas e particulares relações entre Santa Sé e Estado Italiano”, e lembrou que no próximo mês de fevereiro se celebrarão os 80 anos dos Pactos Lateranenses e os 25 anos do Acordo de modificação da Concordata”. “Trata-se de uma relação importante e significativa na atual situação mundial, na qual o perdurar de conflitos e de tensões entre os povos torna sempre mais necessária uma colaboração entre todos aqueles que partilham os mesmos ideais de justiça, de solidariedade e de paz”
“Esta breve visita, ressaltou o Pontífice, é para mim ocasião para reiterar como a Igreja seja bem consciente que na estrutura fundamental do cristianismo faz parte a distinção entre aquilo que é de César e aquilo que é de Deus, ou seja, a distinção entre Estado e Igreja”. Tal distinção e tal autonomia não somente a Igreja as reconhece e respeita, mas dela se alegra, como de uma grande progresso da humanidade e de uma condição fundamental para a sua liberdade e a realização de sua missão universal de salvação entre os povos. A Igreja sente como sua tarefa, seguindo a sua doutrina social, “a partir daquilo que é conforme à natureza de casa ser humano”, de despertar na sociedade as forças morais e espirituais, contribuindo a abrir as vontades às autênticas exigências do bem. Por isso, ressaltando o valor que possuem para a vida não somente privada mas também e sobretudo pública alguns fundamentais princípios éticos, de fato a Igreja contribui a garantir e promover a dignidade da pessoa e o bem comum da sociedade, e neste sentido se realiza a desejada, verdadeira e própria cooperação entre Estado e Igreja”.
O Papa concluiu sua alocução convidando os que trabalham na Embaixada a encontrar em São Carlos Borromeo “um constante protetor, e ao mesmo tempo, um modelo a quem se inspirar na realização das próprias tarefas”, e fez votos de um Feliz Natal “às autoridades italianas, começando pelo Presidente da República, e a todo povo desta amada península. Os meus votos de paz abraça todos os países da terra, que sejam ou menos oficialmente representados junto à Santa Sé. É um desejo de luz e de autêntico progresso humano, de prosperidade e de concórdia, realidades as quais podemos aspirar com confiança, porque são dons que Jesus deu ao mundo nascendo em Belém”. (S.L.) (Agência Fides 15/12/2008)


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