VATICANO - O cardeal Dias celebra 50 anos de sacerdócio: "Maria Santíssima foi a madrinha de meu sacerdócio, esteve sempre comigo como Mãe, Mestra e Rainha e me ensinou a fazer ecoar em minha vida sacerdotal os seus sentimentos de fiat, magnificat, conservabat e stabat"

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – "Sinto o dever de expressar a minha gratidão filial a Maria Santíssima, a quem consagrei o meu sacerdócio, desde o início, como servo do amor na Escola de São Luis-Maria Grignion de Montfort. O meu lema episcopal ‘servus’ foi inspirado em sua espiritualidade. A Nossa Senhora foi então a minha madrinha de meu sacerdócio e Ela esteve sempre próxima a mim como Mãe, Mestra e Rainha, e me ensinou a fazer ecoar em minha vida sacerdotal os seus sentimentos de fiat, magnificat, conservabat e stabat". São as palavras emocionadas, proferidas pelo cardeal Ivan Dias, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, durante a solene celebração eucarística que o purpurado presidiu na Capela do Pontifício Colégio Urbano, na terça-feira, 9 de dezembro, por ocasião de seu 50° aniversário de ordenação sacerdotal.
Concelebraram o cardeal Angelo Sodano, Decano do Colégio Cardinalício; o cardeal Jozef Tomko, Prefeito emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos; o Secretário do Organismo Missionário, Mons. Robert Sarah, que parabenizou o purpurado em nome da Congregação, e o Secretário e presidente das Pontifícias Obras Missionárias, Piergiuseppe Vacchelli. Numerosos cardeais, arcebispos, bispos e sacerdotes concelebraram a Santa Missa que durou duas horas, animada por cantos em várias línguas. O cardeal-secretário de Estado, Tarcisio Bertone, também participou do rito. O Sub-secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, Pe. Massimo Cenci, PIME, durante a celebração leu o telegrama enviado pelo Santo Padre por ocasião do jubileu. A capela estava repleta de missionários, religiosos, religiosas, seminaristas e leigos de várias nações e por representantes de várias realidades do mundo missionário que pertencentes à Propaganda Fide.
"Era o dia 8 de dezembro de 1958, festa da Imaculada Conceição, lembrou na homilia o cardeal Dias. Comemorava-se o centenário das aparições da Santa Virgem em Lourdes, onde Maria Santíssima quis ser chamada Imaculada Conceição, confirmando assim o dogma de fé que o Papa Pio IX proclamou na Basílica de São Pedro, no Vaticano, quatro anos antes. Naquele dia, 8 de dezembro, se comemorava os 25 anos do aniversário de canonização de Santa Bernadete de Soubirous, a vidente de Lourdes. Quanto aquele dia em Mumbai, eu estava diante do bispo que me ordenou, o cardeal Valeriano Gracias. Era normal que um novo sacerdote não pudesse imaginar quais seriam os desígnios da Divina Providência em minha vida. Lembrando agora cinco décadas que se passaram depois daquele dia, posso somente exclamar com sincera admiração e vivo reconhecimento, as palavras di salmista: Misericordias Domini in æternum cantabo, Cantarei para sempre as misericórdias do Senhor. De fato, depois da ordenação sacerdotal e uma breve permanência na arquidiocese de Mumbai como vice-pároco e membro da Chancelaria da arquidiocese, fui mandado a Roma para os estudos em preparação ao serviço nas representações pontifícias, que me ofereceu uma rica experiência de vida eclesial em vários países e continente, línguas e culturas no tempo de trinta e três anos. Depois voltei à minha pátria por dez anos, antes de ser chamado para trabalhar, em Roma, neste organismo missionário dentro da grande família da Cúria romana, graças à paternal benevolência do Papa Bento XVI”.
O cardeal Dias agradeceu as muitas pessoas que cuidaram de sua vocação sacerdotal com estas palavras: “em primeiro lugar, me lembro afetuosamente e agradeço a meus pais pelo bom exemplo e pelos ensinamentos que me deram. Eles souberam criar em mim um coração onde reina um clima de cristã fé genuína: Que o Senhor doe a eles o descanso eterno e também os recompense com a promessa feita aos seus servos bons e fiéis. Penso também naqueles, como os superiores, colaboradores, diretores espirituais, companheiros, parentes, amigos e todos vocês aqui presentes, e lhes agradeço no Senhor por ter-me dado cada um como um precioso dom de Sua bondade e como co-peregrino na estrada que conduz ao Pai-Nosso que está no céus”. (S.L.) (Agência Fides 10/12/2008)